27 Junho 2024, Quinta-feira

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Batata pode ter chegado a Portugal antes de 1643

Batata pode ter chegado a Portugal antes de 1643

Batata pode ter chegado a Portugal antes de 1643

Foi encontrado amido de batata em dois dos esqueletos datados de 1324-1635 e descobertos um fungo e um parasita novo

 Ainda estão a ser desenvolvidos os procedimentos necessários através da exumação da sepultura de Rui Cotrim de Castanheda, capitão da 2.ª armada de Vasco da Gama à Índia, disse Paula Pereira, que lidera a equipa de investigação à necrópole de Sarilhos Grandes, mas os resultados já obtidos alteram a data conhecida (1643) da introdução da batata em Portugal. A revelação foi feita pela investigadora durante a conferência “Sarilhos Grandes na Expansão Portuguesa”, realizada no passado sábado na Galeria Municipal do Montijo.

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A presença de restos alimentares que revelam amido de batata em dois dos esqueletos exumados em Sarilhos Grandes e que foram datados de 1324-1625 surpreendeu os investigadores, já que a data mais antiga conhecida da introdução da batata em Portugal apontar para 1643 e de os dados históricos referirem 1567 para a Europa.

Igualmente surpreendente foi outra descoberta: as presenças do fungo Candida albicans e do parasita Trichostrongylus, identificados pela primeira vez em Portugal nos esqueletos exumados em Sarilhos Grandes.

Paula Pereira revelou que ainda estão a ser desenvolvidos os procedimentos necessários para dar continuidade à investigação durante o próximo ano. Sobretudo através da exumação da sepultura de Rui Cotrim de Castanheda, capitão da 2.ª armada de Vasco da Gama à Índia. Recolher dados que validem os resultados já obtidos, criar um campo/escola de arqueologia, envolvendo a comunidade, e perceber melhor o papel dos sarilhenses e dos habitantes de Aldeia Galega do Ribatejo (hoje Montijo) na Expansão Portuguesa é o objectivo a que apontam agora os investigadores e a Câmara Municipal.

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Para Nuno Canta, presidente da autarquia montijense, a investigação da necrópole de Sarilhos Grandes – iniciada há uma década – revela “bem a identidade histórica do Montijo e constitui-se, hoje, como uma referência insubstituível na investigação académica nos campos da arqueologia, botânica e biologia”.

“O património cultural que nos foi legado tem de continuar a ser conhecido e valorizado porque constitui condição essencial para a construção do nosso futuro colectivo”, defende.

A autarquia lembra que em 2008, durante uma intervenção da SIMARSUL, “foi realizada uma escavação arqueológica de salvaguarda no Largo da Igreja de Sarilhos Grandes que incidiu sobre a necrópole (cemitério) da Igreja de São Jorge e Ermida de Nossa Senhora da Piedade”. Foram, então, “exumados 21 esqueletos”, sendo que a partir dessa desse momento foi desencadeada “uma investigação bio arqueológica para analisar os vestígios recuperados”.

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Além da conferência de divulgação dos resultados, passou a estar patente na Galeria Municipal a exposição “Sarilhos Grandes Entre Dois Mundos: o Oriente e o Ocidente”, que foca as informações obtidas pela investigação e a participação de sarilhenses e montijenses na expansão portuguesa.

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