4 Maio 2024, Sábado
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OS Negacionismos

A evolução civilizacional tem sido feita ao longo dos séculos de avanços e recuos, um pouco ao sabor do espírito do tempo de cada época, o Zeitgeist, que traduz o clima social, intelectual e cultural de cada era.

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As evoluções tecnológicas não estão em princípio sujeitas a estas flutuações, a menos que uma determinada tecnologia demonstre ser totalmente ineficaz ou que tenha impactos extremamente nocivos, essa apenas será substituída por outra que seja tecnologicamente mais evoluída. Não passaria pela cabeça de ninguém deixar o automóvel e voltar a andar de carroça, deixarmos de usar a internet e voltarmos a usar o telégrafo. Em ambos os exemplos apresentados estão a ser desenvolvidas constantemente novas soluções para permitir melhorias na sua eficácia e na sua utilização.

Ao contrário, as conquistas civilizacionais adquiridas ao longo de séculos estão fortemente dependentes da era em as analisamos. Mesmo a democracia, que foi inicialmente pensada nas Ágoras da antiguidade grega, viu enormes avanços e recuos durante os séculos ao sabor de líderes que emergiam fruto de cada crise ou acontecimento marcante.

Pode parecer um paradoxo, mas apesar de sermos a geração que mais acesso tem à informação, que melhor preparada está, detendo níveis de educação e formação nunca antes alcançado, estejamos sob ataque cerrado de grupos que apenas pretendem difundir ideias falsas ou teorias de conspirações mirabolantes. O fácil acesso a informação permite também que facilmente sejam disseminadas ideias falsas e contrárias à evolução da humanidade.

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Negacionistas de todas as áreas estão diariamente a difundir as suas ideias obscurantistas que podem passar por um lunático que ainda acredita que a terra é plana, ou por quem acredita que as vacinas são um método para introduzir nanobots e tecnologia 5G, por um radical religioso que quer impor uma lei que oprime e mata indiscriminadamente infiéis ou mesmo por quem defenda e promova um regime ditatorial e assassino.

Não defendo como é óbvio a censura ou o controlo pretoriano dos meios de comunicação, isso é normalmente usado por quem pretende condicionar o debate e o pensamento critico, normalmente como instrumente de ocultação de factos e de propagação de informações falsas. O confronto destas ideias tem de ser cerrado e diário. Ao permitirmos que uma mentira seja difundida sem que seja denunciada e desacreditada com argumentos sólidos, podemos estar a permitir que esta possa a ser tomada como verdade.

A linha que divide as mais profundas convicções individuais de uma mentira ou de uma falsa teoria pode ser ténue, mas que pode ficar mais nítida sempre que sejam usados factos científicos ou dados concretos na argumentação. Apenas com factos reais e com evidências científicas podemos argumentar contra quem quer impor um clima obscurantista e de desinformação.

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