29 Junho 2024, Sábado

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Alcácer do Sal já estima cultivar metade da produção habitual de arroz

Alcácer do Sal já estima cultivar metade da produção habitual de arroz

Alcácer do Sal já estima cultivar metade da produção habitual de arroz

|Igreja de Santiago|Igreja matriz do Torrão|Fórum Romano

Produtores animados com subida dos níveis de armazenamento de água nas barragens de Pego do Altar e de Vale do Gaio. João Reis Mendes, director da APARROZ, lembra que ainda existe ‘falta de água’, mas acredita que a situação pode melhorar mais com a chuva prevista para os próximos dias

O aumento da quantidade de água nas barragens de Pego do Altar e de Vale do Gaio, em Alcácer do Sal, deverá possibilitar o cultivo de, pelo menos, metade da produção habitual de arroz, segundo os orizicultores.

“Subiram os níveis de armazenamento das barragens, o que dá algum ânimo no sentido em que podemos fazer produção”, disse o director do Agrupamento de Produtores de Arroz do Vale do Sado (APARROZ), João Reis Mendes, em declarações à agência Lusa.

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Sem se comprometer com números concretos, “porque quem decide a distribuição da água é a Associação de Regantes e de Beneficiários do Vale do Sado”, no distrito de Setúbal, o dirigente da APARROZ indicou que poderá estar “garantido”, no perímetro de rega das barragens de Vale do Gaio e de Pego do Altar, “pelo menos 50%” da produção habitual.

“Vamos aguardar até uma decisão definitiva, mas eu acho que menos de 50% [da produção de arroz] já não deixamos de fazer na zona de Alcácer do Sal”, afirmou, frisando, no entanto, que continua a existir “uma situação de falta de água”, apesar da chuva dos últimos dias.

A barragem de Vale do Gaio está actualmente com “42% da capacidade de armazenamento” e a de Pego do Altar “com 47%”, segundo o coordenador geral da Associação de Regantes do Vale do Sado, Gonçalo Lince de Faria.

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“Há 15 dias, quando começou a chover, não tínhamos rega, pura e simplesmente, não tínhamos absolutamente água nenhuma e, neste momento, temos já garantidos 60% da área beneficiada”, afirmou, acreditando que a situação pode vir a melhorar “com a chuva prevista para os próximos dias”.

Isto significa, especificou, que, dos cerca de seis mil hectares do perímetro de rega do Vale do Sado, “cerca de 60% de área, neste momento, já tem garantias de água”.

O mesmo responsável da associação disse acreditar que, “se continuar a chover e a subir a quantidade de água armazenada nas albufeiras”, vai ser possível ir “aumentando a área de rega”, decisão que deve ser “tomada em abril”, altura em que “os agricultores começam a preparar as terras”.

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Perspectiva idêntica em Santiago do Cacém

No concelho vizinho de Santiago do Cacém, onde existe uma área de 300 hectares dedicada à produção de arroz, o director adjunto da Associação de Regantes e Beneficiários de Campilhas e Alto Sado, Ilídio Martins, estima que, com a subida do nível da água na barragem de Monte da Rocha, “cerca de metade da área de produção” possa ser abastecida.

Em Novembro do ano passado, os produtores de arroz tinham receio de não poder cultivar este ano, depois de, devido à quantidade de água disponível nas barragens, já terem reduzido em 2017, “20 a 30%” da área semeada.

A redução da quantidade de água nas barragens de Pego do Altar e de Vale do Gaio notava-se já “desde há três anos”, segundo disse em Novembro de 2017 o director geral da APARROZ.

A situação levou à decisão dos produtores de semear arroz em menos “10 a 15%” da área em 2016 e “20 a 30%” em 2017, de um total de “5.500 a 6 mil hectares”.

A APARROZ tem 30 sócios e trabalha com “cerca de 170 produtores”, maioritariamente de Alcácer do Sal, mas também dos concelhos de Montemor-o-Novo, Grândola e Santiago do Cacém.

Com uma “produção média anual de seis toneladas por hectare” e com “um preço médio de 280 euros por tonelada”, o cultivo do arroz é uma das principais atividades económicas de Alcácer do Sal, que, quando explorados os seis mil hectares, pode chegar a valer cerca de “10 milhões de euros”.

A seca levou mesmo a que, no final do ano passado, tenha ficado descoberta uma ponte, submersa na albufeira de Pego do Altar, que não era avistada fora de água desde 1999.

Nas últimas semanas, com a subida do nível da água, a ponte voltou a imergir.

Lusa

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