7 Maio 2024, Terça-feira
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O tempo e as barragens

Já lá vai o tempo, em que falar-se do tempo, era um desperdício de tempo. Falava  dele, quem não tinha outro assunto. Portanto, um pretexto para não se ficar calado. Agora não! Agora, como ele anda tão incerto, convém estarmos atentos e informados sobre as consequências dessa incerteza. E, se possível,  por muito modesta que seja, darmos a nossa contribuição contra essa incerteza. Sim, porque a culpa dela,deve-se  a práticas incorretas da atividade humana.

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Este outono/inverno, felizmente, até choveu bem. Mas já repararam que este mês está no fim, e  chuva nem vê-la!? Março, marçagão, manhã de inverno, tarde de verão, foi chão que deu uva! Tem sido todo o mês, pelo menos na nossa região e não só, tarde e manhã de verão. Ou seja, mais um exemplo das  famigeradas e tão perniciosas alterações climatéricas. Esperemos que Abril, seja de águas mil. Mas, como se constata, a incerteza nesta matéria, é constante.

Há dias, conversando sobre o assunto com um amigo, dizia-me ele, aliás, como é voz corrente, que agora não nos podemos queixar porque já  choveu muito. Perguntei-lhe quais as consequências se não bebêssemos água  durante um mês. É verdade que as plantas aguentam mais que nós, mas também têm o seu limite. Deu-me razão. Até por experiência própria; tem um quintal e tem-no regado frequentemente. O que, em Março, será normal? E  em relação às chamadas culturas de sequeiro ou quem não tem água para regar?

Valha-nos as barragens que estão abastecidas. As barragens, tão importantes para a agricultura, para o abastecimento de água às populações e para a produção de energia. Fundamentais, portanto, para o país. Para todos nós. Mas, conforme polémicas decisões atuais, não parece!

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Nos arredores da minha terra (Torrão, Alcácer do Sal), no rio Xarrama, existe uma. É popularmente conhecida por barragem de Vale do Gaio, mas o seu nome oficial é Trigo de Morais. António Trigo de Morais. Engenheiro, ex professor no Instituto Superior de Agronomia, ex Diretor-geral dos Serviços Hidráulicos, ex Subsecretário de Estado do Ultramar. Portanto,um homem do anterior regime que,sem qualquer apologia do mesmo, construiu a grande maioria das barragens deste país.  E o  atual, pela mão da tróica do arco (do poder), PS, PSD e CDS, primeiro, através da EDP, privatizou, e agora, tal como tantas grandes empresas, seis dessas barragens, foram parar a mãos estrangeiras. Ainda por cima, com suspeitos negócios, tal como tem sido profusamente divulgado.

Evidentemente que tais negócios, alegadamente lesivos para o Estado, devem ser esclarecidos. Mas o que mais dói, é ver-se que nem as barragens escapam. É ver-se aqueles tão importantes empreendimentos  a serem geridos e usufruídos por particulares. E estrangeiros! E depois, para resignação do povo, tentam convencê-lo que somos um país pobre.

Conclusão: ainda muito mais importante que estarmos informados e atentos em relação ao tempo, é  quem elegemos para gerir este nosso rico e belo país. Se não,depois sim, pobre, fica o povo!

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Francisco Ramalho
Professor, Corroios
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