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Estaremos mais perto que nunca da imortalidade?

Estaremos mais perto que nunca da imortalidade?

Estaremos mais perto que nunca da imortalidade?

6 Fevereiro 2018, Terça-feira

Jeanne Calment viveu 122 anos e lidera a tabela de longevidade mundial, sendo que em terras lusitanas lidera Maria de Jesus dos Santos, que nasceu no… Reino de Portugal e faleceu com 115 anos e 114 dias já na República Portuguesa.
É natural que a globalização dos cuidados de nutrição e o avanço da medicina direcionem a esperança média de vida para valores nunca antes superados. Há uma grande probabilidade de a primeira pessoa que vá soprar 150 velas já estar entre nós.
Perpetuar uma vida humana tem vindo a ganhar cada vez mais consideração e poderemos estar mais perto que nunca de contornar a inevitabilidade da morte.
Ser imortal não é algo tão hipotético quanto o leitor possa imaginar. A água-viva é uma alforreca que ao invés de morrer, opta por retroceder no seu ciclo de vida e recomeçar da infância. Sem doenças ou graves ferimentos, estas medusas são virtualmente eternas.
Temos muito a aprender com tais organismos mas pandemias como o cancro ou a SIDA insistem em impor um entrave à nossa perenidade. Ainda que, no presente, pareçamos impotentes a erradicar estas maleitas, temos cada vez mais e melhores métodos de prevenção, exames mais rigorosos e um maior arsenal de informação. O seu gradual desvanecimento do panorama humano é real e já salvamos mais vidas que nunca.
Suponhamos, por uns instantes, que a nossa medicina consegue subjugar todas as doenças. Será suficiente?
Na mitologia grega, um mortal – Titono – teve, aos olhos de Zeus, a dádiva da imortalidade mas não a da juventude eterna. Titono foi condenado a envelhecer, em agonia, para todo o sempre.
Esta fábula mostra-nos que quantidade de vida é diferente de qualidade de vida. De nada nos adianta saber curar todas as doenças se não conseguimos travar o maior obstáculo à nossa eternidade: o envelhecimento.
Envelhecer é um processo natural que acontece sempre que uma célula se divide e duplica os seus cromossomas – os portadores da nossa genética. Estes ficam mais curtos em cada divisão e a acumulação de sucessivos encurtamentos debilita o funcionamento dos órgãos e músculos, causa perda de densidade óssea, da elasticidade da pele e de todos os restantes indícios que associamos a velhice.
Várias terapias têm-se focado neste problema e já estão a ser desenvolvidas muitas soluções promissoras. Os primeiros estudos demonstram que alguns tratamentos aumentam a vida das cobaias em mais de 30% e promovem uma velhice mais ativa e menos problemática. Em breve, envelhecer poderá tornar-se opcional.
Mesmo que imposições biológicas imperem contra o nosso avanço tecnológico, existem sempre alternativas. A criopreservação é uma delas. Diretamente do painel da ficção científica para a realidade, esta técnica consiste em congelar o defunto corpo humano, na esperança de que possa ser reanimado no futuro. O procedimento é dúbio, sobretudo porque a cabeça tem de ser conservada a temperaturas mais baixas que o resto do corpo, então requer uma decapitação. Não se sabe se resulta mas já existem empresas que oferecem este serviço em troca de um módico pagamento.
Com a emergência da inteligência artificial, também se tem teorizado a transposição de todos os pensamentos, memórias e emoções de uma pessoa para um computador. Preservar a consciência humana numa plataforma digital, mantendo alguém ciente da realidade, disjunto de qualquer corpo, longe de doenças e isento de obrigações naturais, pode facilmente desenlear a imortalidade.
Talvez valha a pena enganar a fugacidade da vida. Nascemos 500 anos depois de poder descobrir os recantos do nosso planeta e 500 anos antes de explorarmos o universo. O futuro promete maravilhas, que estejamos todos cá para as constatar!

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