Empresa está a fazer estudos, de 500 mil euros, para determinar os trabalhos a fazer depois das empreitadas de 13,3 milhões que estão a decorrer
O Secretário de Estado do Ambiente afirmou ontem que o processo de remoção de resíduos do passivo ambiental no Arco Ribeirinho do Sul, designadamente na antiga Quimiparque, no Barreiro, e na siderurgia, no Seixal, deverá estar concluído em 2019.
“É grato saber que estamos a meses de ver estes projectos concluídos e saber que já estão bem encaminhados os projectos e os estudos que permitirão eliminar e fazer intervenções em pequenas bolsas que não foi possível detectar nos estudos iniciais”, disse o secretário de Estado Carlos Martins durante uma visita aos trabalhos de descontaminação no terrenos no parque empresarial da Baía do Tejo, no Barreiro.
“Esperamos que esses estudos tenham informação suficiente para lançar empreitadas ainda neste Quadro Comunitário de Apoio, porque ainda há disponibilidade de cerca de 15 milhões de euros para solos contaminados em Portugal”, salientou o secretário de Estado do Ambiente, adiantando que já foram disponibilizados cerca de 500 mil euros para esses estudos.
Para além dos trabalhos de descontaminação em curso na Quimiparque, de onde de já foram retiradas 17,3 mil toneladas de pirites verdes, está em fase adiantada a remoção de 16 mil toneladas de lamas de zinco. Está igualmente prevista a eliminação de cerca de 51,5 toneladas de lamas de aciaria e pós de goela, junto à siderurgia do Seixal.
“É um investimento no total de 13 milhões de euros, com um significado muito importante e, sobretudo, com um significado quase decisivo para concluirmos aquilo que eram a situações criticas e prioritárias”, disse Carlos Martins.
Referindo-se aos terrenos dos antigos estaleiros da Margueira, em Almada, para onde está previsto o Plano de Urbanização Almada Nascente, Carlos Martins lembrou que o Ministério do Ambiente já publicou a legislação que permitiu delimitar os territórios e definir quem poderá interagir sobre eles, acrescentando que, a partir de agora, “cabe a Parpública, à Baía do Tejo e aos municípios envolvidos, conduzir aquilo que é o processo de gestão do território”.
A Baía do Tejo, do universo Par pública (empresas detidas pelo Estado), tem a seu cargo a gestão dos Parques Empresariais localizados no Barreiro, Seixal e Estarreja, bem como o desenvolvimento do projeto Arco Ribeirinho Sul, que prevê a requalificação de antigas áreas industriais da Quimiparque, no Barreiro, da Siderurgia, no Seixal, e da Margueira, em Almada.
Segundo o presidente do Conselho de Administração da Baia do Tejo, Jacinto Guilherme Pereira, há cinco investidores estrangeiros que já formalizaram o interesse no projeto Almada Nascente, com um investimento global estimado de 1 a 1,5 biliões de euros, designadamente um grupo norte-americano, outro britânico e outro chinês, para além de dois consórcios portugueses.
“Aquilo que é a nossa expetativa é que até ao fim do primeiro semestre deste ano – um pouco mais talvez – seja lançado o concurso para alienação do território, com o comprometimento de que qualquer investidor – e esse é um fator fundamental que eu gosto de sublinhar sempre – que venha a adquirir a propriedade daquele território, será com a condição de desenvolvimento do projeto”, disse Jacinto Guilherme Pereira.
“Não será nunca para especulação imobiliária. Será com esse compromisso e com essa condição de desenvolvimento do projecto num determinado prazo que está a ser delineado e que andará entre os dez e os quinze anos, que é o que está, à partida, previsto no Plano de Urbanização Almada Nascente”, concluiu o presidente do Conselho de Administração da Baía do Tejo.
Jacinto Pereira anunciou ainda que a rede de saneamento do parque empresarial do Barreiro, vai ser ligada à Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) da Simarsul, que serve o Barreiro e a Moita. A obra de ligação, num investimento de 1,5 milhões de euros, vai completar a ligação de todos os parques empresariais geridos pela Baía do Tejo a estações de tratamento.
A visita do secretário de Estado ao Barreiro foi acompanhada pelo presidente da Câmara Municipal, Frederico Rosa, pelo presidente da Assembleia Municipal e deputado do PS, André Pinotes Batista, pelo vereador João Pintasilgo, e pelos restantes administradores da Baía do Tejo, Sérgio Saraiva e Paulo Gamito.