União de Freguesias de Setúbal chega ao fim do ano sem conseguir aprovar orçamento

União de Freguesias de Setúbal chega ao fim do ano sem conseguir aprovar orçamento

União de Freguesias de Setúbal chega ao fim do ano sem conseguir aprovar orçamento

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Assembleia de Freguesia rejeitou proposta de orçamento do executivo. Rui Canas considera o chumbo mais uma das “obstrucções sistemáticas” da oposição ao funcionamento da junta. PS e PSD falam em orçamento “irrealista e eleitoralista”

 

Na última Assembleia da União de Freguesias de Setúbal (São Julião, Santa Maria da Graça e Nossa Senhora da Anunciada) para aprovação do Orçamento 2017 e Grandes Opções do Plano (GOP), o orçamento, no valor de um milhão e meio de euros foi rejeitado com 11 votos da oposição (seis do PS e quatro da coligação PSD/CDS-PP).

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O PS votou contra o orçamento do próximo ano por considerá-lo “irrealista, que apresenta em várias rubricas da receita um injustificável e brutal empolamento quando comparado com o de 2016 e consequente execução da receita até 6 de Dezembro”. De acordo com Ana Pereira (PS), presidente da Assembleia da União de Freguesias, a proposta prevê “uma diferença de investimento na área social relativamente à área cultural de menos 20 mil euros, o que se considera claramente desadequado. Obviamente que os eleitos do PS nesta Assembleia de Freguesia não podem pactuar com tamanha insensibilidade social, penalizando essa escolha política da CDU e BE com o voto contra este Orçamento”, pode ler-se na declaração de voto dos socialistas. Apesar da rejeição, em declarações ao DIÁRIO DA REGIÃO, o PS reforçou a sua “disponibilidade para debater e viabilizar um orçamento mais realista”.

Para Ricardo Pereira, coordenador do PSD para a União de Freguesias de Setúbal, o orçamento apresentado pelo executivo é “claramente eleitoralista e a pensar nas autárquicas de 2017”.  Já o ano passado, os sociais democratas tinham rejeitado o orçamento previsto para o próximo ano. “Em 2016 fizemos três ou quatro propostas para redução das despesas com publicidade e viabilizámos o orçamento em finais de Abril”. Este ano, Ricardo Pereira alegou que o PSD “não teve tempo para proceder a alterações ao orçamento” por este ter sido apresentado à oposição pelo executivo no dia em que foi aprovado. Ao analisar a proposta, o PSD sublinha que as despesas com publicidade subiram cerca de 20% face a 2016, não havendo um reforço de fundos para as rubricas da limpeza, educação e acção social, as grandes “bandeiras” pelas quais o PSD se bate há vários anos. “Consideramos que a margem de cerca de 200 mil euros deste orçamento deve ser usada pelo executivo na limpeza, educação e acção social”, áreas centrais para a gestão da União de Freguesias de Setúbal.

O CDS-PP seguiu a posição do parceiro da coligação, rejeitando igualmente a proposta de orçamento para 2017. Em comunicado, os centristas consideraram que a CDU não quis “ouvir nem ter em conta qualquer ideia da oposição. No dia em que tivemos reunião com o executivo sobre o Orçamento, ao abrigo do Estatuto do Direito da Oposição, foi o dia em que o executivo aprovou o referido orçamento. Portanto, apenas se fez cumprir a lei sobre a audição da oposição. Apresentar o orçamento num dia e nesse mesmo dia aprová-lo no executivo não dá qualquer possibilidade à oposição de fazer propostas”, criticou o CDS-PP.

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Confrontado com as críticas da oposição, Rui Canas, eleito presidente da União de Freguesias de Setúbal pela CDU acusa a oposição de “criar sistematicamente obstrucções ao bom funcionamento da junta de freguesia”. Questionado sobre a alegada falta de tempo para os restantes partidos com assento na Assembleia de Freguesia analisarem a proposta, Rui Canas foi peremptório. “Nós estávamos dispostos a fazer alterações mesmo até à hora da Assembleia. O PSD não conseguiu ou não quis apresentar alterações. Reunimos com a oposição a 6 de Dezembro e a assembleia foi no dia 16. Portanto, o PSD teve mais dias para fazer alterações e ou não conseguiu ou não quis fazê-las”, declarou.

Face ao chumbo do orçamento pela oposição, o executivo da União de Freguesias liderado por Rui Canas fica a aguardar possíveis propostas de alteração do PS, PSD e CDS-PP. Caso não sejam apresentadas alternativas até ao fim de Janeiro, o executivo terá que continuar a governar com o orçamento de 2016.

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