O PS continua a ser o partido mais votado no concelho mas perdeu 13,51% dos votos. Viu a AD subir e, principalmente, o Chega
Alcochete deu maioria simples ao Partido Socialista, isto apesar da percentagem do partido, que manteve Ana Catarina Mendes como cabeça-de-lista pelo distrito, ter descido dos 40,30% em 2022 para os 26,79% em 2024.
A AD somou mais votos, de 2 200 para agora 2 590, numa percentagem de 21,70% para 22,53% nestas legislativas. Talvez inesperado, foi o resultado do Chega. Continuou a ser a terceira força política mais votada em Alcochete, mas passou dos 9,67% (980 votos), para os 20,35% (2 339 votos). Mas pouco esperado foi o que aconteceu na freguesia do Samouco.
Com Rita Matias a liderar a lista do Chega pelo distrito, o partido passou da terceira força política para ser a mais votada com 531 votos – 215 nas anteriores legislativas – em percentual atingiu os 25,97% quando antes se situou nos 12,29%.
Ou seja, o partido de André Ventura, na freguesia do concelho que concentra bastante imigração, conseguiu afastar o PS para o segundo lugar, com 25,48% contra os 43,17% obtidos em 2022. Ultrapassou também a coligação AD com 14,72% que ficou na mesma linha percentual do PSD que concorreu sozinho nas anteriores legislativas.
Na freguesia de Alcochete o PS foi o mais votado, com 27,57%, a coligação AD ficou em segundo lugar com 24,19%, seguida pelo Chega com 18,83%. Na freguesia de São Sebastião venceu o PS, ao conquistar 24,51% dos eleitores, o PSD com 24,38% e o Chega com 20,68%.
Ainda a nível do concelho, de salientar a subida do Livre que passou de 1,63% da votação nas anteriores legislativas para 4,75% no sufrágio de 10 de Março. Aliás, o partido de Rui Tavares subiu a votação em todas as freguesias do concelho.
A nível do Distrito de Setúbal, o PS venceu as legislativas de 10 de Março em todos os concelhos, mas dos dez deputados que tinha eleito em 2022, da lista socialista candidata pelo círculo eleitoral de Setúbal, só sete foram eleitos à Assembleia da República. A AD elegeu mais um deputado ficando com quatro, em vez dos três que o PSD elegeu nas anteriores legislativas fora de coligação. Quanto à CDU, dos dois eleitos pela região que tinha no parlamento, ficou apenas com Paula Santos.
O ‘vencedor’ no distrito, em resultado global, acabou por ser o Chega. O partido de André Ventura passou do quarto mais votado em 2022 para ser agora o segundo com uma diferença de votos muito significativa. Dos 39 135 votos que obteve nas anteriores autárquicas que lhe permitiram eleger um deputado, somou agora 102 077 votos e vai ter no parlamento da República quatro eleitos pela região. Do outro lado da barricada política, a esquerda do Livre saltou dos 6 140 votos para os 21 552 eleitores, e passou de não ter deputados eleitos na região para ter agora um.
Em percentagem, no distrito, o PS teve 31,27% (sete deputados) e o Chega 20,31% (4 deputados). A AD, 17,17% (quatro deputados), a CDU 7,73 (um deputado), o BE alcançou 6% (manteve deputado), a IL 5,36% (manteve um deputado) e o Livre 4,29% (elegeu um deputado). Dos restantes dez partidos nenhum elegeu deputados.