Câmara de Santiago do Cacém critica APA por não abrir Lagoa de Santo André ao mar

Câmara de Santiago do Cacém critica APA por não abrir Lagoa de Santo André ao mar

Câmara de Santiago do Cacém critica APA por não abrir Lagoa de Santo André ao mar

Lagoa de Santo André

Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas “já respondeu a dizer que a responsabilidade não é sua, mas sim da APA”

 

O presidente da Câmara de Santiago do Cacém, Álvaro Beijinha, acusou esta segunda-feira a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) de “irresponsabilidade” por não abrir este ano a Lagoa de Santo André ao mar, por alegados “constrangimentos financeiros”.

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Em declarações à agência Lusa, o autarca (CDU) considerou esta decisão “uma irresponsabilidade total” e lembrou que é a APA que “tem a competência para abrir a lagoa ao mar”.

“Há duas semanas, fomos surpreendidos com um e-mail da APA, nomeadamente do director regional, a desresponsabilizar-se sobre este processo”, argumentou.

Segundo Álvaro Beijinha, a APA terá alegado que não tem “a competência legal para a abertura da lagoa, dando a entender que será o ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas] que tem essa responsabilidade”.

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Mas o ICNF, continuou, “já respondeu a dizer que a responsabilidade não é sua, mas sim da APA”.

“Estamos a falar de duas entidades públicas e parece-nos que o ICNF tem razão, que é a APA que tem essa competência e que, aliás, tem-no feito há mais de uma década e não nos apercebemos que a legislação tenha sido alterada”, argumentou o autarca.

O Município de Santiago do Cacém divulgou hoje uma nota de imprensa sobre este mesmo assunto, na qual dá conta de que a “população, câmara e junta de freguesia protestam amanhã [terça-feira] contra a não abertura da Lagoa de Santo André ao mar”.

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No comunicado, em que titula também que a APA “alega constrangimentos financeiros, deixando ecossistema em risco”, a autarquia indicou que a acção de protesto está marcada para as 17h00, na Lagoa de Santo André.

O município alegou que o argumento invocado pela APA foi o de que “foi sujeita a uma cativação orçamental” e, por isso, “não lhe foi possível contratar os serviços relativos a esta operação”.

“Uma situação que foi comunicada por e-mail, na semana passada, dias antes da intervenção prevista na lagoa”, lê-se na mesma nota.

À Lusa, o presidente da câmara disse tratar-se de uma “situação lamentável”, uma vez que a comunicação da APA, a um mês do prazo previsto para a abertura da lagoa, impede que sejam encontradas soluções.

O procedimento para a abertura da lagoa, que segundo o regulamento deverá ser feita “preferencialmente” até dia 15 deste mês, obriga à contratação pública de uma empresa e exige o seu tempo processual, explicou.

De acordo com Álvaro Beijinha, “qualquer outra entidade que queira tratar do assunto terá de acautelar os procedimentos concursais, que levam o seu tempo, e terá de acautelar orçamento para esse efeito”.

“Não é em Fevereiro que se informam as outras entidades que não se vai abrir a lagoa”, criticou, assinalando que esta situação “põe em risco a própria sustentabilidade da lagoa, o seu habitat, as suas espécies e a economia local”.

A Lusa contactou a APA e o ICNF sobre este assunto, mas, até às 17h10, não obteve esclarecimentos.

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