Cristina Roldão, socióloga e docente do Politécnico de Setúbal, integra a equipa de investigadores
É apresentado amanhã o livro “Tribuna Negra: Origens do Movimento Negro em Portugal, 1911-1933”, da autoria da socióloga Cristina Roldão. A docente da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Setúbal (ESE/IPS), ”, em co-autoria com o antropólogo Pedro Varela, da Universidade de Coimbra, e o historiador José Augusto Pereira, da Universidade Nova de Lisboa, fará a apresentação da sua obra na Casa da Cultura, em Setúbal, pelas 15 horas.
A apresentação da obra está a cargo de Ana Pires Sequeira, também docente da escola de educação do politécnico, prosseguindo-se os comentários pelos autores, assim como um momento para perguntas e respostas do público.
Este livro é o resultado de um “trabalho colectivo de pesquisa”, que se propõe a “levantar o véu” sobre o que se considera “uma história silenciada”, a do movimento negro que ganhou expressão em Lisboa nos tempos da I República, “combatendo o racismo, exigindo direitos para as populações nos territórios colonizados, e criticando igualmente o colonialismo”, explica o politécnico em nota de Imprensa.
Este grupo é “fruto da resistência organizada em África e dialogou com formas de internacionalismo negro, como o pan-africanismo”, segundo revelam os investigadores, que nestas páginas percorrem “a vida desta geração, dos seus inúmeros jornais, organizações e activistas”, até à “ascensão da ditadura e perseguição política dos seus mais destacados militantes”.
“Problematizamos o modo como raça, género e classe atravessaram este movimento e as relações políticas que estabeleceu com a diáspora negra no mundo e com a ‘Geração Cabral’”, adiantam ainda os autores, esperando com este livro poder “interpelar as gerações do presente e do futuro sobre a História Negra em Portugal”.
Doutorada em Sociologia, Cristina Roldão é investigadora do ISCTE-IUL, além de docente da ESE/IPS, onde integra a coordenação do “Roteiro Antirracista”. Este espaço foi inaugurado em 2019, para permitir a “reflexão crítica e prática” para uma comunidade académica “mais inclusiva”. Tem ainda participado activamente no debate académico e público sobre o racismo e a História Negra na sociedade portuguesa, nomeadamente como cronista do jornal Público.