Vereador João Afonso denuncia medida e critica tutela. Comando de Setúbal lembra que a PSP não tem obrigação legal de fornecer alojamento aos agentes
Os agentes da PSP que necessitam de pernoitar na esquadra do Montijo, por residirem a distâncias consideráveis do posto, passaram a ter de pagar, desde o passado dia 20, uma taxa de 2,5 euros por noite.
A situação foi denunciada por João Afonso, vereador do PSD, que em declarações a O SETUBALENSE critica a solução encontrada internamente pela PSP para dar resposta “à falta de investimento do Estado na criação de condições para as forças de segurança”. “Não é pelo valor nem pela legalidade ou não da medida. É uma questão de princípio. É inaceitável debitar o custo aos agentes. É uma falta de respeito pelos profissionais, que garantem a segurança pública. Os custos deviam ser suportados pelo orçamento do Ministério da Administração Interna. Isto é uma perversão, os polícias terem de pagar para dormir nas esquadras”, considerou o autarca.
O superintendente Carlos Resende da Silva, Comandante Distrital de Setúbal da PSP, confirmou a O SETUBALENSE a implementação da medida, ao abrigo de um despacho da Direcção Nacional da PSP, ao mesmo tempo que anunciou a criação de dois quartos para a esquadra do Barreiro e a existência de uma proposta para a criação de um outro, colectivo, na esquadra do Montijo.
“A criação deste tipo de instalações encontra-se prevista por despacho da Direcção Nacional da PSP, que vigora para todo o dispositivo, estando as taxas de utilização também definidas em tabela própria, as quais visam fazer face aos encargos com água, luz, limpeza e manutenção desses espaços”, disse.
“Pese embora a PSP não tenha obrigação legal de fornecer alojamento aos polícias, mas estando a hierarquia ciente da dificuldade sentida por aqueles que se encontram deslocados da sua área de residência, ou que, por motivos de serviço/diligência, tenham de permanecer temporariamente no comando, à semelhança do que acontece em diversas unidades policiais distribuídas por todo o território nacional, o Comando Distrital de Setúbal diligenciou pela criação de dois quartos na esquadra do Barreiro, destinados a colmatar essas necessidades do seu efectivo”, explicou, antes de se debruçar sobre o caso do Montijo.
“Com o mesmo fim, encontra-se actualmente em curso uma proposta para criação de um quarto colectivo na esquadra do Montijo, o qual só se disponibilizará quando reunidas condições condignas de utilização por parte dos polícias”, finalizou.