A tradição dos Santos Populares, devia ser preservada e transmitida dando a conhecer à juventude e não só, o que foram em tempos os célebres santos populares em Setúbal. As marchas, as ruas e os bairros enfeitados, principalmente o bairro do Troino mas também outros. Que maravilha! As ruas, algumas com mesas e as tabernas, com os belos petiscos, caracóis, choco frito, carapaus alimados, pipis, sardinhas assadas e as celebres favas fritas e depois assadas na frigideira com areia branca da praia, enfim tudo isto existia, mas os tempos são outros.
Saltar três vezes a fogueira e queimar a alcachofra e depois colocá-la à janela num vaso. Dizia o povo que dava sorte. É bom recordar algumas dessas memórias de infância. E os bailes nas ruas, nos largos, durante a noite, os célebres bailes do Vitória Futebol Clube, no Campo dos Arcos, com as orquestras União Setubalense, A Blue Star Melody, José Silva do Barreiro e outros conjuntos que existiam em Setúbal.
E recordar também as marchas dos “Olhos de Água” da Palhavã, Largo das Machadas, “Rua Direita” e outras. Os célebres corsos na Av. Luísa Todi no Carnaval e os cortejos de Oferendas em que os produtos revertiam a favor das associações de beneficência.
Havia a comissão dos festejos populares, com a colaboração da Câmara Municipal de Setúbal, que classificava as ruas mais bem enfeitadas e depois que eram colocadas placas que ainda hoje existem à entrada das respectivas ruas. Num desses concursos, de que me lembro, a primeira classificada foi a Rua Fran Pacheco, “Rua Direita” e o segundo lugar foi para a Rua da Paz.
O texto das placas dessas ruas era o seguinte: “Classificação nos festejos populares de Junho de 1949 – Sétimo Centenário de Setúbal”.
Relembrar um pouco da minha juventude e estas coisas de antigamente, entre elas os Santos Populares e o Carnaval em Setúbal é viver.
Viva Setúbal!