Segurança. Menos populismo, mais responsabilidade

Segurança. Menos populismo, mais responsabilidade

Segurança. Menos populismo, mais responsabilidade

, Deputada da IL
26 Janeiro 2024, Sexta-feira

Volta e meia (e infelizmente), o nosso distrito é notícia por algum episódio de criminalidade violenta. Os mais recentes, um no Monte da Caparica e outro na Amora, foram de uma violência extrema e resultaram em quatro vítimas mortais. Mais frequente é saber-se de assaltos, a habitações, carros ou pessoas, na sua maioria, com consequências, apenas, materiais.

Neste tema, será sempre mais fácil ter um discurso securitário e populista de caos generalizado. Um discurso, por exemplo, em que um crime cometido por alguém, resulta numa generalização negativa de todo um grupo de pessoas. Um discurso simplista que explora medos e preconceitos. Mas a verdade é que, como acontece com todo o discurso populista nas mais diversas áreas, o discurso securitário não resolve problemas complexos como o da segurança ou da falta dela e, pior, do sentimento de insegurança. Pelo contrário, promove-o.

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Assim sendo, resta-me apelar a dois sentimentos. Ao bom senso porque, por mais terríveis que sejam os casos que dão notícias e por mais empatia que tenhamos para com as vítimas, é sempre importante recordar os dados mais relevantes: Portugal é, ainda, um dos países mais seguros do Mundo. Este é, aliás, um dos poucos fatores em que Portugal é positivamente analisado lá fora. Por isso, quando ouvimos os populistas, devemos todos refletir se, no nosso dia-a-dia, quando andamos na rua receamos, a todo o instante, ser vítimas de um crime – como acontece em muitos outros países. Salvo raras exceções em sítios mais problemáticos, a maioria não terá este medo. O outro sentimento é a gratidão, que devemos aos homens e mulheres que servem nas nossas Forças de Segurança, em particular na PSP e na GNR. Não tenho dúvidas que a nossa segurança se deve, quase em exclusividade, aos sacrifícios profissionais e pessoais, dos militares e polícias no desempenho das suas funções. O risco que assumem, para a sua própria segurança, em troca de condições de trabalho pouco motivadoras, quer ao nível salarial, quer ao nível de instalações, equipamentos e meios, mais do que justifica a contestação pública a que temos assistido.

Para os Liberais, a segurança, especialmente no que diz respeito à defesa nacional e à manutenção da ordem pública, é uma função essencial do Estado. O que significa que o Estado é o detentor legítimo do monopólio da força e tem a responsabilidade de proteger os seus cidadãos e os seus bens. Por este motivo, o investimento nas Forças de Segurança é prioritário. São precisos mais recursos humanos, atraídos por carreiras mais justas e que valorizem o mérito, mas, também, é preciso repensar o modelo centralizado de recrutamento, para que não seja preciso deslocar pessoas das suas terras de origem. São precisos mais meios e equipamentos, mas, também, é preciso repensar o modelo de policiamento, para que a PSP e a GNR possam estar mais no terreno e em proximidade.

São muitos os desafios e é mais do que tempo de agir. Mas o desafio maior é manter um discurso coerente e com responsabilidade, ouvir quem sabe e não os populistas de bancada.

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