No contexto de uma tão inexplicável como incompreensível crise política, no próximo dia 10 de março os portugueses estão convocados para através do voto livre decidirem o futuro do nosso país. Num combate político, em vésperas de celebrarmos os 50 anos de Abril, que reflete enormes desafios e oportunidades, o desnorte da direita e o perigo de enorme crescimento da extrema-direita, fazem sonhar saudosistas do velho e bafiento regime na oportunidade de acertar contas com o passado. Este é, pois, o tempo de reafirmarmos os valores da Revolução dos Cravos e gritarmos bem alto “25 de Abril sempre, fascismo nunca mais!”. Este é o tempo de repudiarmos a intolerância, a xenofobia e o racismo. Esta é a hora para, sem recuos, defendermos a Escola Pública, o SNS e o Estado Social. Este é o momento para realçarmos as marcas do Partido Socialista em 8 anos de Governação e de trabalho parlamentar. Uma oportunidade para reafirmarmos, uma vez mais, o caminho trilhado até aqui e as conquistas alcançadas na valorização de salários e pensões e no combate às desigualdades. Um caminho em que a ação política foi verdadeiramente colocada ao serviço das pessoas e que efetivamente permitiu resolver problemas que se arrastavam no tempo e construir pontes para o futuro. Se está tudo bem? Não, não está. Depois de uma pandemia, fase mais difícil da nossa vida coletiva, mas que juntos conseguimos ultrapassar, de duas inexplicáveis e incompreensíveis crises políticas e duas guerras que afetam Portugal, a Europa e o Mundo, negar a evidência seria estar desfasado da realidade, o que parece acontecer com quem fica pela espuma dos dias, preso nas frases feitas do protesto ou dos “sound-bites” populistas que apenas servem os que cavalgam o extremismo. Se está tudo feito? Não, não está. E por isso temos ainda estrada para andar, sendo que hoje, mais do que exigir o que ainda não foi feito, mas que tem margem de manobra para prosseguir caminho, urge valorizar o que foi alcançado e combater a direita e a extrema-direita, que, embora com falinhas mansas, estão atrás da porta, como o Diabo por eles anunciado, à espreita da primeira oportunidade para rasgar essas conquistas. Mas se reconhecer que não está tudo bem e que ainda há caminho para fazer é um exercício de seriedade, pragmatismo e determinação política, negar uma trajetória que reflete uma incomparável valorização salarial das carreiras na administração pública, um acordo histórico em sede de concertação social, um aumento sem precedentes do Salário Mínimo Nacional e uma dinâmica na contratação coletiva que potencia salários e condições de trabalho é, no mínimo, um erro de perceção do impacto positivo que várias medidas tiveram e têm na vida dos portugueses. Afirmar que nada foi feito e que tudo está pior, consubstancia sem si o desespero e a desorientação de quem está vazio de ideias, de quem nada de novo tem para apresentar ao país, de quem não tem trabalho feito para apresentar aos portugueses. E, assim, zangados e angustiados, desvalorizam o caminho trilhado em 8 anos, tentando esconder o que foi alcançado e que efetivamente conta na vida das pessoas. Em 8 anos avançámos, efetivamente, na reposição de direitos, no reequilibrar da balança das relações laborais e na valorização de salários e pensões, provando que a crise pode ser combatida sem austeridade e sem castigar os trabalhadores e pensionistas e mesmo assim, é inegável, mantendo as contas certas e com excedente orçamental. Reafirmando que não está tudo bem e que ainda há estrada para andar, para fazer ainda mais e melhor, mas é inegável que em 8 anos a vida dos portugueses melhorou por força da ação política do Partido Socialista. O Governo liderado por António Costa e o Grupo Parlamentar do PS não falharam para com os portugueses. Assim foi na concretização da Agenda do Trabalho Digno, assim foi na valorização de salários e pensões, assim foi no combate à precariedade, às desigualdades e injustiças. E os portugueses sabem que assim será no futuro e que podem continuar a contar com o PS, renovado na liderança assertiva e pragmática de Pedro Nuno Santos, na afirmação das conquistas alcançadas e na defesa do Estado Social como um dos pilares fundamentais da nossa democracia. Resilientes como sempre, determinados como nunca, juntos seguimos, por um Portugal Inteiro e sem deixar ninguém para trás.