26 Junho 2024, Quarta-feira

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Exposição na Galeria do 11 revisita pioneira da gravura moderna em Portugal (Corrigida)

Exposição na Galeria do 11 revisita pioneira da gravura moderna em Portugal (Corrigida)

Exposição na Galeria do 11 revisita pioneira da gravura moderna em Portugal (Corrigida)

A mostra tem por base obras do espólio da artista e relembra o trabalho que desenvolveu e como se exprimiu no mesmo

Sessenta e dois anos depois da morte da artista plástica Teresa Sousa, a Galeria Municipal do 11, em Setúbal, recebe uma exposição retrospectiva da obra desta pioneira da gravura moderna em Portugal. A mostra, organizada em parceria com a Câmara Municipal de Setúbal, é inaugurada a 3 de Fevereiro, às 16h00, e vai estar patente até 9 de Março.

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A exposição “Teresa Sousa (1928-1962) – Biografia Ilustrada”, composta por mais de 60 obras da artista, todas elas do seu espólio, vem recordar o trabalho que desenvolveu o qual se exprimiu em múltiplas linguagens, suportes e técnicas, num talento interrompido inesperadamente uma semana depois do nascimento do segundo filho. Deixou muitos trabalhos por concluir e bastantes estudos, nomeadamente para gravuras, tapeçarias, e mosaicos. Com excepção de algumas gravuras, a sua obra nunca foi objecto de estudo.

“Ao tempo em que desenvolveu a sua actividade como artista plástica, de 1955 a 1961, Teresa Sousa foi bastante prolífica, reconhecida e premiada, mas a morte prematura, com apenas 33 anos acabados de fazer, interrompeu uma carreira que se augurava promissora”, sublinham os curadores da exposição, João Paulo e José Victor Carvalho, filhos da gravadora.

Teresa Sousa nasceu em Lisboa em Dezembro de 1928. Após os estudos liceais, iniciou, em 1947, na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa (ESBAL), o Curso Superior de Pintura, que concluiu em 1954, com nota máxima. Durante a frequência do curso, e pelas suas classificações em pintura, foram-lhe atribuídos vários prémios, pela ESBAL e pela Academia Nacional de Belas-Artes. Uma das primeiras exposições em que participou foi em 1953, no Salão da Jovem Pintura (Galeria de Março, Lisboa), na altura dirigido por José-Augusto França.

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Em 1955, juntamente com os seus colegas Lourdes Castro, José Escada, e Cruz de Carvalho, seu futuro marido, inaugurou a Galeria Pórtico.

Entre Setembro de 1955 e Junho de 1956, no âmbito de uma bolsa atribuída pelo Instituto de Alta Cultura (antecessor do actual Instituto Camões), esteve como bolseira em Paris, onde estudou gravura no carismático Atelier 17, sob a orientação de Stanley Hayter (1901–1988), uma referência maior da gravura do século XX. Foi “uma aprendizagem muito marcante e revolucionária, dado o avanço técnico e qualidade elevadíssima do trabalho produzido neste atelier”, como nota Joanna Latka, investigadora de gravura e autora de um dos textos da folha de sala da exposição. A aprendizagem no Atelier 17 foi decisiva para o reconhecimento do seu trabalho de gravadora.

Não obstante as primeiras gravuras, produzidas em Paris, serem todas em técnicas de gravura em metal – buril, água-forte e processo misto – o que denuncia a influência de Stanley Hayter e do Atelier 17, Teresa Sousa dedicou-se a todas as técnicas da gravura, nomeadamente linoleogravura, litografia e xilogravura.

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Os poucos elementos informativos sobre Teresa Sousa que se encontram na literatura da especialidade, estão maioritariamente relacionados com o prémio de gravura que lhe foi atribuído na I Exposição de Artes Plásticas da Fundação Calouste Gulbenkian (1957), com a Galeria Pórtico, da qual foi fundadora e dinamizadora, e como artista gravadora nos primeiros anos da Gravura – Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses.

Na exposição “Teresa Sousa (1928-1962) – Biografia ilustrada”, é apresentada uma retrospectiva antológica da obra da artista, que constitui a primeira grande mostra em que são expostos ao público trabalhos em todas as principais linguagens em que se expressou: quase toda a obra de gravura, pintura, desenho, e uma tapeçaria. O percurso expositivo, inclui ainda elementos do percurso académico, materiais da aprendizagem no Atelier 17, estudos preparatórios e matrizes de alguns trabalhos expostos, e catálogos de exposições. A tapeçaria “Porto de Abrigo”, executada pela Manufatura de Tapeçarias de Portalegre a partir de um desenho da artista realizado em 1961, é uma das peças mais marcantes da mostra.

N.R. O texto sobre a exposição “Teresa Sousa (1928-1962) – Biografia Ilustrada”, que O SETUBALENSE agora republica, é uma versão rectificada do que foi publicado na edição de 22 de Janeiro, que teve por base uma nota de Imprensa emitida pela Câmara Municipal de Setúbal.

Segundo João Carvalho, que tal como o seu irmão, filhos de Teresa Sousa, é curador da exposição, o comunicado da Câmara de Setúbal – inclusivamente online – “não foi validado” pelos mesmos, e “contém imprecisões”.

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