Proposta apresentada define que a unidade de produção de baterias de lítio para automóveis eléctricos ficará localizada na ZILS
O Estudo de Impacte Ambiental (EIA) da fábrica de baterias de lítio da CALB, na Zona Industrial e Logística de Sines, está em consulta pública até 29 de Fevereiro, indicou a Agência Portuguesa do Ambiente (APA).
Segundo a APA, num edital consultado pela agência Lusa, “o processo de licenciamento único de ambiente” da Unidade Industrial de Baterias de Lítio que a fabricante chinesa CALB pretende instalar no concelho de Sines teve hoje início, prolongando-se até 29 de Fevereiro.
De acordo com o documento, o processo, que pode ser consultado no Portal Participa (http://participa.pt), está sujeito aos procedimentos de Avaliação de Impacte Ambiental (AIA), Prevenção de Controlos Integrados de Poluição (PCIP) e Prevenção de Acidentes Graves (PAG).
A proposta, apresentada pela CALB Europe, define que a unidade de produção de baterias de lítio para automóveis eléctricos ficará localizada na Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS), gerida pela aicep Global Parques.
A empresa estima que a unidade industrial, com uma capacidade de 15 Gigawatts/hora (Gwh), possa iniciar a produção “até ao final de 2025”, com o objectivo de “satisfazer a grande procura dos clientes, nomeadamente da indústria automóvel”.
O projecto inclui a construção de cinco edifícios para a produção de eléctrodos, fabrico de células, formação e montagem, embalamento e fabrico de invólucros, de acordo com a documentação consultada pela Lusa no Portal Participa.
A fábrica “será construída com recurso a tecnologia que visa a protecção do ambiente e o cumprimento da legislação ambiental aplicável, tendo igualmente em vista a construção de uma unidade industrial de operação de baixo carbono”, refere a empresa promotora.
“O projecto apresenta uma capacidade instalada de 42.705.000 células/ano e prevê a produção diária de 23.400 células/dia numa linha de produção”, estando previstas cinco linhas de produção, lê-se no documento.
Segundo a CALB, a unidade irá empregar 1.800 trabalhadores, dos 1.679 na produção e 121 na área administrativa. No total, serão contratados 1.269 homens e 582 mulheres.
A fabricante chinesa indica ainda que o abastecimento de água à unidade industrial “será assegurado” pela empresa Águas de Santo André (AdSa) – entidade gestora daquele sistema de abastecimento de água – “tanto para águas industriais, [como} para consumo humano”.
“A água que será utilizada para o processo industrial terá origem na albufeira de Morgavel, situada em Sines” e a água potável “terá origem em captações subterrâneas pertencentes à entidade gestora AdSA”.
A CALB assegura “que toda a energia utilizada na fábrica será maioritariamente proveniente de energias renováveis, quer pela aquisição da mesma com garantias de origem dos comercializadores, quer pela promoção de projectos de renováveis nas imediações”.
Segundo a empresa, o projecto “representa uma oportunidade para o desenvolvimento económico nacional e global, contribuindo para a transição energética global e para o desenvolvimento do PIB Nacional e Europeu”.
A empresa assinou, em Novembro de 2022, um memorando de entendimento com a aicep Global Parques que incluiu a aquisição de “direitos de superfície, com o objectivo de montar uma fábrica de ponta mundial, altamente inteligente, informatizada e automatizada, com zero emissões de carbono”.