O bairro de Vanicelos encontra-se circunscrito a Este pela Av. Rodrigues Manitto, a Norte pela Rua de Vanicelos, a Oeste pela Estrada de Palmela e a Sul pelo Parque de Vanicelos e pela rua Armando Guerreiro.
A zona encontra-se muito bem servida de espaços verdes. Existem dois pinhais, que são restos do grande pinhal que ocupava toda esta zona, a antiga Quinta de Vanicelos, agora ocupada por prédios, pelos referidos pinhais, pelos destroços do Jardim da Música e pelo Parque de Vanicelos; tudo isto para além dos mais variados canteiros, relvados e arvoredo, que conferem a toda esta zona um ar muito aprazível e visualmente muito apelativo.
Muita gente pratica exercício físico, ou tão-somente passeia tranquilamente no Parque de Vanicelos, que se tem vindo a constituir como um dos “pulmões verdes” que existem felizmente um pouco por toda a cidade e que contribuem decisivamente para termos não só ar de boa qualidade, mas também locais visualmente muito bonitos e harmoniosos.
Eu também vou muitas vezes ao parque. É um óptimo local para se efectuarem corridas, caminhar, andar de bicicleta, skate e patins.
Vamos então ao nosso problema que não me parece de difícil resolução.
Localizado entre as ruas Francisco Sá Carneiro e Henry Perron existe um pequeno bosque muito bonito, repleto de árvores variadas, tais como pinheiros, oliveiras e sobreiros, contribuindo decisivamente para um ambiente muito agradável e bucólico, o que não deixa de ser notável, no meio da cidade e de um bairro com características habitacionais, como é o caso.
É visitado por inúmeros bandos de aves, entre as quais já detectei bandos de periquitos-de-colar, que será assunto para uma próxima crónica.
Nesse local existe também mobiliário urbano, nomeadamente mesas e bancos que são regulamente utilizados.
No meio desse pequeno bosque existem dois pinheiros mansos (Pinus pinae) de enormes dimensões, claramente centenários, com a respectiva copa arredondada, que lhes confere uma beleza e harmonia apreciáveis. Junto às referidas árvores existem duas placas metálicas identificativas das suas características, onde está escrito “árvore classificada de interesse público”
Um deles, o mais exterior que se encontra virado para a rua Henry Perron, está lenta, mas progressiva e inexoravelmente a inclinar-se para fora, para a rua, efectuando com o pavimento um ângulo de quase 45º, mesmo em frente à entrada de uma pequena superfície comercial, localizada do outro lado da rua.
Tenho vindo a constatar com alguma preocupação a inclinação cada vez mais acentuada que o pinheiro centenário evidencia, ao longo dos sucessivos anos.
Já foram efectuadas pequenas intervenções paliativas, mas que não resolveram o problema.
Durante os dias que antecederam o Natal, uma brigada da Câmara Municipal de Setúbal esteve a intervencionar a referida árvore, mas apenas cortaram alguns ramos pequenos.
Quando contactei o responsável da brigada, este informou-me que estas árvores centenárias dependem directamente o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) que é a entidade que decide este tipo de intervenções e não da autarquia.
Salvo melhor opinião, a resolução do problema não é complicada.
Quanto a mim, devem cortar-se os ramos mais pesados que estão precisamente virados para Sul, para a rua, a fim de proporcionar à árvore readquirir algum do equilíbrio inicial, ou pelo menos, procurar libertá-la desse peso adicional.
Se nada for feito e tudo continuar como está, a árvore irá inevitavelmente cair, com os riscos acrescidos para pessoas e bens, nomeadamente toda uma faixa de estacionamento automóvel que aí se encontra.
Não será amanhã, nem para a semana. Num qualquer dia de temporal, com vento forte a fustigar a zona, isso acontecerá seguramente.
E perder-se-á uma árvore centenária de uma beleza inspiradora.
Ficam aqui as sugestões.