Agricultores do Distrito de Setúbal querem conclusão do plano de rega do Alentejo

Agricultores do Distrito de Setúbal querem conclusão do plano de rega do Alentejo

Agricultores do Distrito de Setúbal querem conclusão do plano de rega do Alentejo

Os agricultores do Distrito de Setúbal acreditam que a solução para os períodos de seca no sul do País passa pela gestão da água em alta, pelo Estado e pela construção da barragem do Pisão, no distrito de Portalegre. Isto a par dos transvases da barragem do Alqueva e de outra forma de gestão da água em alta.

A gestão da água do Alqueva em alta tem sido assegurada pela empresa pública EDIA (Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas do Alqueva, SA) e pelas associações de regantes, mas a Associação de Agricultores do Distrito de Setúbal (AADS) defende que deve ser gerida apenas pelo Estado, de forma a garantir preços comportáveis para os produtores de arroz.

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“É preciso que sejamos capazes de ir ao Alqueva buscar a água de que necessitamos, por transvase, aqui para a região. E isso implica medidas de fundo, de gestão da água em alta, por parte do Estado”, disse à Lusa Joaquim Manuel Lopes, técnico da AADS, durante uma visita à exploração de arroz Várzea da Marateca, no concelho de Palmela, uma das muitas que estão em risco de não ter produção em 2018 devido à falta de água.

“Precisamos de agir construindo o que falta do plano de rega do Alentejo. A construção da barragem do Pisão, no concelho do Crato, com o respectivo transvase do Tejo para essa barragem, o que permitirá recarregar as barragens a jusante dessa de modo a regar o Baixo Ribatejo e o Alto Alentejo, é fundamental. E depois é necessário que seja feita uma estação de bombagem a montante do Alqueva, que permita recarregar barragens, por exemplo, a barragem do Divor (concelho de Arraiolos, distrito de Évora) e a barragem dos Minutos (Montemor-o-Novo, Évora), se vier a ser necessário”, disse.

Barragem em Alcácer também preocupa

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Além da falta de água provocada pela seca, os agricultores também se queixam do preço elevado dos transvases a partir da barragem do Alqueva. E, em alguns casos, preferem esperar que chova a fazerem transvases a preços que consideram incomportáveis.

“Neste período de Inverno, quando as barragens vão recuperando a sua capacidade de armazenamento para depois termos água para a rega a partir de Abril, temos nós esperança de que a chuva que vai caindo seja suficiente para repor a capacidade de armazenamento. Começar a comprar água em Outubro, significa que, depois, quando começar a chover, podemos ter necessidade de deitar água fora. E, àqueles preços, não podemos correr esse risco”, justifica o coordenador da Associação de Regantes do Vale do Sado, Gonçalo Faria, adiantando que já houve contactos com a EDIA e com o Governo para tentar encontrar soluções.

A falta de água, que na barragem do Pego do Altar, em Alcácer do Sal, deixou visível uma ponte submersa há 18 anos, também preocupa o presidente da AADS, Joaquim Caçoete, que, depois de um ano com uma “produção agrícola excepcional” em toda a região, antevê uma quebra significativa já em 2018.

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“O que nos preocupa agora é que os custos de produção para a próxima época sejam demasiado elevados, se não forem tomadas medidas por parte do Governo”, disse Joaquim Caçoete. “Também verificamos que, se não forem tidos em conta os custos da eletricidade – das bombas dos furos de captação de água – , vamos ter aqui uma situação de abandono de algumas colheitas, de algumas culturas. E não vamos ter colheitas em 2018″, acrescentou.

Perante este quadro, o presidente da AADS desafiou o Governo a tomar as medidas necessárias para fazer face aos problemas imediatos dos agricultores da região e para a conclusão do Plano de Valorização do Alentejo.

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