O produtor de vinhos do Montijo ganhou os prémios de melhor vinho de Portugal na Ásia e de melhor produtor nacional do ano no Reino Unido, em duas das mais importantes competições mundiais de prova cega de vinhos. Este ano já soma mais de 200 prémios
A Cooperativa Agrícola Santo Isidro de Pegões, sediada no concelho do Montijo, na Península de Setúbal, ganhou o prémio Best Portuguese Wine no concurso Cathay Pacific Hong Kong International Wine & Spirit Competition 2017, que decorreu este mês em Hong Kong, na China, com o vinho Adega de Pegões Alicante Bouschet 2014.
Jaime Quendera, enólogo e gerente da Adega de Pegões, esteve presente na cerimónia de entrega de prémios da Hong Kong International Wine & Spirit Fair para receber o troféus em mãos e partilhou com o DIÁRIO DA REGIÃO a satisfação de ter arrecadado mais um prémio para juntar à lista de mais de 200 ganhos pela Adega de Pegões só este ano.
Neste concurso, o vinho Adega de Pegões Alicante Bouschet 2014 ganhou também uma medalha de ouro, fruto de uma avaliação em regime de prova cega que lhe deu mais de 90 pontos (numa escala de 100), significando um “excepcional exemplo” de vinho e “um ponto de referência”. Vale a pena referir que todos os vinhos a concurso foram avaliados tendo em conta aspectos como o estilo, a variedade da uva, a região e idade da colheita.
O vinho tinto premiado, cujo envelhecimento é feito em pipas de carvalho americano e francês durante um ano, seguido de quatro meses em garrafa, é descrito pelo produtor como tendo “notas de fruta preta e algumas especiarias, taninos presentes mas bem integrados com fim de boca longo”. A bebida acompanha bem pratos de caça, carnes grelhadas e queijos e deve ser servida entre os 16 e os 18 graus. Encontra-se à venda nos hipermercados a 7 euros.
No Cathay Pacific Hong Kong International Wine & Spirit Competition 2017, tido há quase uma década como a mais prestigiante competição de vinhos asiática, a produção portuguesa da Adega de Pegões destacou-se entre os dois mil vinhos a concurso, produzidos por 33 países e que foram avaliados em provas cegas por 49 jurados.
Além de ser “o único concurso em que os jurados têm de ser todos nascidos na Ásia, entre eles os únicos quatro master of wine asiáticos” (do Japão, Singapura, Índia e Hong Kong), este concurso é considerado o mais importante para o sector da restauração e hotelaria naquele mercado.
Melhor produtor português do ano em Inglaterra
Na 48º edição do concurso International Wine & Spirits Competition 2017, decorrido em Londres, no Reino Unido, a Cooperativa Agrícola Santo Isidro de Pegões venceu o troféu Best Portuguese Wine Producer of the Year 2017, para o qual já tinha sido anteriormente nomeado. “Nunca nenhuma cooperativa tinha ganho este prémio, muito menos a Adega Cooperativa de Pegões”, frisou Jaime Quendera destacando a importância da distinção.
Este troféu tem sido ganho por produtores de vinho nacionais desde, pelo menos, 2013, com a Symingtons, Blandy’s, Madeira Wine Company e Sogevinus Fine Wines consagrados neste certame com quase 50 anos de existência e em que participam mais de 90 países de todo mundo.
Em termos de vinhos, o Adega de Pegões Syrah 2015 foi o mais destacado, contou o enólogo e gerente da Adega de Pegões. Este vinho já tinha obtido 99 pontos no concurso San Fancisco Internacional Wine Competition 2017 e o título de Melhor Vinho Tinto do Mundo no Prodexpo 2017, que acontece em Moscovo, na Rússia.
Segundo comunicado da administração da cooperativa, “este ano tem sido o melhor ano de sempre para a Adega de Pegões, tendo até ao momento obtido mais de 200 prémios nacionais e internacionais, além de inúmeros destaques individuais com os seus vinhos”. Com mais de 700 prémios obtidos em concursos em todo o mundo, a Adega de Pegões tem vindo a afirmar-se e distinguir-se como uma das adegas mais premiadas na última década, ombreando com tantos outros produtores da região que, também a nível de prémios internacionais, têm dignificado a produção e cultura do vinho da região e do país.
A cooperativa, presidida por Mário Figueiredo, gerida por Jaime Quendera e com Maria Helena Oliveira e Carlos Pereira como membros da Direcção, afirma-se como o maior produtor da Península de Setúbal, trabalhando lado a lado com 90 sócios. Tem uma área vinícola de 1117 hectares que produzem em média 11.000.000 quilos de uva, com uma média de crescimento de 50 hectares por ano.
A empresa, fundada em 1958, levou a cabo nos últimos 15 anos uma estratégia de modernização dos sistemas de produção e estabilização financeira, com o objectivo de melhorar a qualidade dos vinhos da marca, vendidos a “preço justo”.