Recordando Américo Ribeiro (1906-1992): Grande setubalense de muito mérito

Recordando Américo Ribeiro (1906-1992): Grande setubalense de muito mérito

Recordando Américo Ribeiro (1906-1992): Grande setubalense de muito mérito

20 Dezembro 2023, Quarta-feira
Custódio Pinto
Nascido em Setúbal, no dia 1 de Janeiro de 1906, foi ajudante de carpinteiro, depois empregado na tabacaria de José Machado.
A sua paixão sempre foi a fotografia e compra uma máquina fotográfica, começando a fotografar e mais tarde foi a sua profissão. Fez parte do Grupo Dramático Juvenil de Setúbal em 1919 com Manuel Envia e outros setubalenses e entra para o saudoso ‘Orfeão Cetóbriga’, com a sua esposa D. Ernestina Ribeiro. Entretanto, conhece um amigo e fotógrafo, proprietário da farmácia ‘Sartoris’ e de um estúdio fotográfico, na rua Antão Girão, onde hoje é a ‘Casa Gonçalvense’, e a partir daí começa a fotografar. A sua motivação é tudo o o que está relacionado com a cidade de Setúbal, com uma grande dedicação. Deixou um imenso espólio na cidade que é um maravilhoso álbum de encanto de Setúbal, seus visitantes e setubalenses.
Foi correspondente fotográfico do jornal Diário de Notícias e fez parte do semanário ‘Sado’, de Manuel José Envia. Sócio da Sociedade Capricho Setubalense de que foi diretor, jogou no Grupo Desportivo ‘Os 13’  e nos Infantis do Clube do Vitória em 1922.
Em 1936, inaugurou o seu estabelecimento fotográfico, no Largo da Nossa Senhora da Conceição (actualmente é uma loja de lavagem de roupa).  Foi repórter fotográfico de vários outros jornais, como ‘A Bola’, ‘Mundo Desportivo’, ‘Correio da Manhã’, ‘Diário Popular’, ‘Indústria’, ‘Flama’ ou ‘Notícias Ilustradas’..
Coleccionador de máquinas fotográficas,  cintas de charutos, jornais e cartões de coletividade, fez várias exposições e a de 50 anos de serviço da cidade, em 1981, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Setúbal, com mais de 200 fotos. Na Feira de Sant’Iago, em 1982, na Casa de Bocage e no Museu de Arqueologia e Etnografia de Setúbal..
Esteve na 17 Exposição da Arte, Ciência e Cultura, organizada pelo Conselho da Europa com fotos suas. Recebeu várias homenagens e medalhas, entre elas a medalha de ouro da cidade.
Fotografou toda a cidade e até a visita da Rainha Isabel de Inglaterra. Assim, como todos os Presidentes da República Portuguesa, o avião inglês que caiu em Tróia durante a guerra e a movimentação de terras em 1840, na estrada da Albarquel junto à esplanada ‘Da Beatriz’ e da ‘Capela’, com deslocação da estrada e das palmeiras (a estrada foi abatida pelas intempéries).
Lembro-me que quando havia algum acontecimento na cidade, o senhor Américo imediatamente com a sua máquina fotográfica corria para fazer a reportagem fotográfica.  Na sua residência tinha um arquivo com tudo o que fotografou catalogado por secções. Algumas vezes fui a sua casa, tive o privilégio de conhecer parte desse património e numa dessas visitas fiz um trabalho de pesquisa para o Clube Naval Setubalense e o senhor Américo Ribeiro colocou nas minhas mãos o seu espólio, porque, disse ele:” és meu amigo e eu confio em ti”. Fiquei muito agradecido da sua confiança.
Um história que ficou marcada no meu coração e nunca mais poderei esquecer.
Recordar a memória desse ilustre setubalense’ é viver!
Levou Setúbal além-fronteiras.
Paz à sua alma.
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