Votação no novo secretário-geral na federação foi mais de 4% acima da média nacional. Bateu Carneiro em 11 das 13 concelhias
Setúbal foi de entre as 21 federações do PS uma das que mais contribuíram para a eleição de Pedro Nuno Santos como novo secretário-geral do partido. Nas directas realizadas entre sexta-feira e sábado, os militantes no distrito setubalense, que votaram no primeiro dia, deram o triunfo ao ex-ministro das Infraestruturas por 66,3% – mais de 4% acima da média nacional (62%) –, com José Luís Carneiro a conseguir 31,5% e Daniel Adrião a ficar perto dos 1,3%. Os votos brancos e nulos não chegaram a 1%.
Pedro Nuno Santos alcançou nesta que é, actualmente, a quinta maior federação socialista no País mais do dobro dos votos de José Luís Carneiro. Com um total de 1 382 votos, o sucessor de António Costa na liderança do partido conquistou o triunfo em 11 das 13 concelhias do distrito, deixando apenas fugir para José Luís Carneiro – que somou 656 votos no distrito – Alcochete e Palmela. Adrião, ao todo no distrito, contabilizou 27 votos.
Em termos de percentagem de votos, a candidatura de Pedro Nuno Santos destacou-se mais em Alcácer do Sal (84%), Grândola (76%), Barreiro (75%) e Setúbal (70%). No que toca ao número de votos, somou mais em Almada, Seixal, Barreiro e Setúbal, respectivamente.
Contas feitas, a votação de Setúbal em Pedro Nuno Santos figurou no top 6 das 21 federações socialistas – composto ainda por Aveiro, Coimbra, Lisboa, Portalegre e Santarém –, superando Braga, Porto, Faro, Açores e Madeira, entre várias outras. A candidatura de Pedro Nuno Santos conseguiu eleger por Setúbal ao Congresso Nacional – a realizar entre 5 e 7 de Janeiro próximo – 60 delegados (do total de 909 conseguidos), ao passo que a candidatura de José Luís Carneiro alcançou 18 (do total de 407 obtidos).
Pinotes Batista realça adesão de Setúbal
Os resultados significativos de Pedro Nuno Santos no distrito de Setúbal não passaram despercebidos nos corredores do partido. Até porque, esta foi a única federação em que um presidente, António Mendonça Mendes, se declarou neutro, ou seja sem manifestar apoio a qualquer uma das candidaturas. “Houve distanciamento e silêncio absoluto de António Mendonça Mendes”, apurou O SETUBALENSE nos bastidores da distrital do partido.
Ponta-de-lança da candidatura de Pedro Nuno Santos foi André Pinotes Batista – que é apontado como sucessor de António Mendes na liderança da distrital –, não só por ter assumido a direcção distrital de campanha como ainda pelo papel determinante que teve na coordenação nacional, figurando no núcleo duro de apoio ao novo secretário-geral do PS.
No rescaldo da vitória, em declarações a O SETUBALENSE, Pinotes Batista destacou a adesão dos militantes na Federação de Setúbal. “Foi revelador da mobilização, do interesse dos militantes, neste acto eleitoral. Votaram 71% dos militantes. A abstenção foi de 29%. Significa que sete em cada dez foram às urnas no distrito”, realçou.
“Foram 33 dias de grande intensidade de coordenação, decisão e logística, que resultaram num contributo decisivo de Setúbal para a eleição do sucessor de António Costa. O voto livre dos militantes de Setúbal foi inequívoco, pelo que deixo uma palavra de reconhecimento à mandatária distrital Eurídice Pereira e à direcção de campanha que me acompanhou”, adiantou. E a concluir juntou: “Foi com orgulho que recebi este reconhecimento do secretário-geral Pedro Nuno Santos, de onde retiramos um sinal de confiança redobrada para o futuro”.
Em termos globais, votaram cerca de 40 mil militantes – de um total na ordem de 60 mil com as quotas em dia –, com Pedro Nuno Santos a alcançar 24 080 votos, José Luís Carneiro 14 868 e Daniel Adrião 382 (que lhe permitiram eleger cinco delegados).
Segue-se o Congresso Nacional, que vai ter lugar entre 5 e 7 de Janeiro na Feira Internacional de Lisboa.