Ministério Público pede internamento da arguida por ter agido num quadro de perturbação psíquica
O Tribunal de Setúbal decidiu excluir a publicidade, ou seja, fechar a porta ao público, no julgamento que decorreu esta terça-feira de uma mãe de 25 anos que matou violentamente o filho de ano e meio em casa à facada em Santiago do Cacém. O MP, no despacho de acusação, pede o internamento da arguida, de 25 anos, por ter agido num quadro de perturbação psíquica.
O crime deu-se na madrugada de 14 de Novembro de 2022 em casa onde vivia mãe e filho em Vila Nova de Santo André, concelho de Santiago do Cacém.
Luana Silva, hoje com 25 anos, matou o filho Isaac Silva, com ano e meio, durante o que o MP defende ter sido “um episódio maníaco de Perturbação Afectiva Bipolar”.
De acordo com o despacho de acusação, a perturbação configura “uma anomalia psíquica grave e foi diagnosticada a Luana Silva em 2019. Na fase maníaca, em que Luana se encontrava, deixava-a sem capacidade avaliar a ilicitude dos seus actos e sequer reconhecer que estava doente e a necessitar de tratamento”. Assim, o MP acusou-a do homicídio qualificado, mas considerou-a inimputável e requereu que o tribunal aplique uma medida de internamento.
A brutalidade e violência do crime levou a que os primeiros militares da GNR a chegar ao local tivessem de receber assistência psicológica. Quando cometeu o crime, durante essa madrugada, Luana saiu para a rua gritando “está ali o diabo, já o matei”. Antes era vista a cantar no patamar do prédio com o bebé ao colo, que chorava.
Cometido o crime, Luana ligou ao companheiro, de quem estava separada e que vivia em França, a contar o que fez. Foi este que ligou às autoridades a informar o que aconteceu e de imediato a GNR e bombeiros acorreram ao local. O óbito do bebé foi verificado perto das dez horas da manhã dessa segunda-feira.
A mulher foi detida em flagrante delito pela GNR de Santiago do Cacém. Apresentava ferimentos nos pulsos auto-infligidos e foi transportada para o Hospital de São Bernardo. Depois foi presente a juiz pelo homicídio e ficou internada preventivamente em hospital psiquiátrico.
Uma semana antes do crime, Luana deixou o bebé com uma amiga, que trabalha no café por baixo de casa, para ir a um psicólogo. “Ela tinha ido ao centro de saúde e encaminharam para um psiquiatra, mas ela não queria ser medicada, só queria falar e deixou o menino comigo para ir ao psicólogo que marcou”, referiu a mulher que preferiu o anonimato.