Corria o ano de 2001 quando, após se constatar o aumento da criminalidade nas camadas mais jovens, foi criado o Programa Escolhas. No início era só um Programa para a Prevenção da Criminalidade e Inserção de jovens, entre os 12 aos 18 anos, dos bairros mais problemáticos de Lisboa, Porto e Setúbal. O Governo de António Guterres inspirou-se em outros programas de França e Canadá, onde são identificados mediadores nos bairros e contava-se com os mesmos para que fossem referências na comunidade e, assim, era possível passar as mensagens mais importantes para alteração de comportamentos.
O Escolhas, desde a sua criação, já sofreu muitas alterações programáticas. Além de trabalhar e desenvolver temáticas como a “inclusão escolar e educação não formal”, “formação profissional e empregabilidade”; “participação cívica e comunitária” e “inclusão digital”, “empreendedorismo e capacitação dos jovens”, o Escolhas tem como missão promover a inclusão social de crianças e jovens provenientes de contextos socioeconómicos vulneráveis, visando a igualdade de oportunidades e o reforço da coesão social.
Entende-se o papel do Escolhas na sociedade Portuguesa quando em 2003 o Programa foi distinguido pela Rede de Prevenção da Violência do Conselho da União Europeia e considerado “uma das mais eficientes políticas públicas”. Em 2012 foi reconhecido pela Comissão Europeia como Boa Prática no combate ao abandono escolar.
O Escolhas já apoiou cerca 800 projetos e 500 mil crianças e jovens, sendo um exemplo gerador de um enorme impacto positivo nas comunidades, sobretudo nos bairros com diversas fragilidades.
Eu acompanho de perto o Programa Escolhas da minha freguesia e sei a diferença que o Projeto faz naquelas crianças e jovens. Aliás, os monitores do programa são, inclusivamente referências não só para aquelas crianças e jovens, mas também para as famílias. Onde não existe muita oferta extracurricular, o Escolhas assume o papel de integração destes jovens em atividades que preencham o seu dia, evitando que estes jovens passem demasiado tempo na rua com companhias desadequadas ao seu crescimento pessoal e cívico. Mais que atividades de apoio escolar, ou atividades culturais e/ou desportivas, estes projetos permitem criar um sentimento de comunidade e de pertença.
A proposta de Orçamento do Estado tem previsto uma dotação de 7,9 milhões de euros para financiar o programa. Foram aprovados 118 novos projetos nesta nova geração, sendo 15 no Distrito de Setúbal.
Esta é uma nova geração que traz muitas novidades, entre elas, a duração que passou de 2 para 3 anos, bem como a articulação com o calendário escolar. Estas alterações permitem consolidar os projetos e acompanhar o percurso educativo dos participantes.
Uma das maiores novidades é a passagem da jurisdição do Alto Comissariado para as Migrações para o Instituto Português do Desporto e Juventude. Assim, será possível estes jovens beneficiarem, além dos seus programas locais, também de todos os outros programas que estão sob a tutela do IPDJ.
A 9.ª Geração do «Escolhas» reforça-se, através da inclusão pela arte, pelo desporto e pela cultura que são dimensões fundamentais no desenvolvimento das crianças e jovens e na promoção da cidadania e coesão social.
O Embaixador desta Geração do Escolhas é Dino D’Santiago, uma escolha bastante certeira, uma vez que em jovem o próprio Dino também foi beneficiário do Escolhas. Que estas crianças e jovens possam ver nele o exemplo de trabalho, resiliência, humildade, criatividade e cidadania que são elementos-chave para o sucesso de qualquer pessoa. Acima de tudo, que estas crianças e jovens vivam as oportunidades que esta nova geração do Escolhas lhes oferece: uma vida repleta de experiências e de sonhos.07