Marcelo Rebelo de Sousa defende mobilização mais forte em luta a longo prazo. Autarquia deixa ‘farpa’ ao Governo
Uma causa nacional que precisa de uma mobilização mais forte numa luta a longo prazo. É desta forma que Marcelo Rebelo de Sousa defende que devem ser tratados os direitos dos cuidadores informais. No V Encontro Nacional de Cuidadores Informais, que se realizou no Cinema Charlot – Auditório Municipal, em Setúbal, o Presidente da República, destacou a importância de responder às necessidades e direitos de cuidadores pessoais, uma preocupação partilhada pela autarquia sadina, que também deixou ‘farpa’ ao Governo.
Marcelo Rebelo de Sousa destacou que a situação dos cuidadores informais “é uma causa nacional” para a qual “tem de haver uma mobilização cada vez mais forte”. No entender do chefe de Estado, a luta pelos direitos dos cuidadores informais “é feita a longo prazo” e com dificuldades acrescidas, apontando para o envelhecimento da população, o que, no seu entender, motiva a “necessidade de mais cuidadores”, mas também pelas constantes “crises na sociedade”.
O Presidente da República realçou ainda que “não basta legislar sobre estas matérias” e que é necessária uma maior proximidade. “É preciso aplicar as leis, mesmo quando surgem dificuldades na aplicação, e também fomentar uma maior articulação entre o Poder Local com a realidade nacional”, reforçou.
O vereador dos Direitos Sociais na Câmara de Setúbal, Pedro Pina, enalteceu a importância de existir um “duplo olhar” relativamente a esta matéria, deixando uma ‘farpa’ ao Estado português. “Se cuidar implica considerar quem é cuidado, implica também cuidar daqueles que cuidam. Esse também é o papel do Estado, que não se pode escusar das suas responsabilidades, em particular nas funções sociais.”
O autarca defendeu uma maior resposta pública com “políticas activas que respondam” a necessidades e direitos de cuidadores e pessoas dependentes.
“Importa investir numa ampla resposta pública que, apoiando pessoas em situação de dependência, garanta, simultaneamente, um suporte aos cuidadores informais”, reiterou o autarca.
O estado actual das políticas, dos apoios e da legislação na área dos cuidadores informais pautou a narrativa do encontro organizado pela Associação Nacional de Cuidadores Informais, juntamente com a Câmara Municipal de Setúbal.
Para Pedro Pina é “importante e urgente” concretizar medidas activas que respondam às “necessidades [de cuidadores e pessoas cuidadas] em várias dimensões”, como sejam a “sobrecarga física e psicológica conducentes, não raras vezes, à exaustão, sem esquecer o aumento dos custos financeiros”.
Pedro Pina enalteceu ainda a importância do encontro realizado em Setúbal, o qual constitui um contributo para “conhecer melhor os desafios do cuidar, as respostas existentes, aprender sobre experiências bem conseguidas, despertar preocupações e, como não pode deixar de ser, de abraçar desafios”.
