Nascer em (in)Segurança

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11 Outubro 2023, Quarta-feira

É raro o dia em que não somos confrontados com notícias que dão conta de problemas no funcionamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), de que resulta, nomeadamente, o encerramento de valências, como é o caso dos Serviços de Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Blocos de Partos, um serviço necessário, fundamental e de proximidade para os utentes do SNS.

Para o PSD, trata-se de um problema estrutural, que decorre há muito tempo, e que atinge, em maior escala, os portugueses com menos recursos financeiros, por estarem impedidos de recorrer ao setor privado.

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Infelizmente, os médicos especialistas foram saindo dos hospitais públicos, por opção, ou por atingirem o acesso à reforma. Devido à pouca atratividade das carreiras e à falta de condições de trabalho no SNS, estes profissionais de saúde acabam, na sua maioria, por não ser substituídos.

O Governo, no primeiro trimestre de 2023, anunciou um plano transitório de reorganização dos Serviços de Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Blocos de Partos na Península de Setúbal.

Deste plano, resultou uma escala intermitente de funcionamento dos Serviços de Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Blocos de Partos do Hospital de Nossa Senhora do Rosário (Centro Hospitalar Barreiro Montijo), do Hospital de São Bernardo (Centro Hospitalar de Setúbal) e do Hospital Garcia de Orta (Almada), que se considerava tratar-se de uma situação transitória, até ao final do Verão.

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Porém, ao contrário do que seria expetável, a operação «Nascer em Segurança no SNS», recentemente lançada pelo Ministério da Saúde, através da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS), não contribui para a segurança e confiança de grávidas e crianças da Península de Setúbal, nem dos profissionais do SNS.

De facto, esta medida prolonga a situação de intermitência no encerramento dos Serviços de Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Blocos de Partos até, pelo menos, 31 de janeiro de 2024, o que deixa milhares de residentes na Península de Setúbal sem uma resposta de proximidade aos fins-de-semana, obrigando à deslocação das grávidas para outras valências do SNS, algumas situadas a distâncias que podem atingir mais de 100 km, e cujos serviços já se encontram sobre enorme pressão.

Esta decisão do Governo merece o desacordo do PSD, por lesar gravemente milhares de portugueses que o Hospital de Nossa Senhora do Rosário, o Hospital de São Bernardo e o Hospital Garcia de Orta é suposto servirem.

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Vivemos a maior crise de sempre no Serviço Nacional de Saúde, uma crise que só será ultrapassada se o Governo tiver a coragem de implementar medidas conducentes à atratividade das carreiras dos profissionais de saúde.

Tendo em conta a gravidade desta situação, os deputados do Grupo Parlamentar do PSD eleitos pelo círculo eleitoral de Setúbal apresentaram uma Pergunta dirigida ao Ministro da Saúde, que visa sensibilizar o Governo para a necessidade de encontrar uma solução definitiva, que garanta o funcionamento diário e adequado dos Serviços de Urgência de Ginecologia/Obstetrícia e Blocos de Partos dos Hospitais do SNS, na Península de Setúbal.

Com as políticas (ou ausência delas) da anterior Ministra da Saúde, Marta Temido, assistimos a casos em que não foi possível nascer em segurança. Esperávamos melhor de Manuel Pizarro, o Ministro chamado a substituir Marta Temido!

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