Socialistas querem saber quando será recepcionada a nova frota na totalidade e instalados os pontos de carregamento
Em que fase se encontra o processo da renovação da frota da Soflusa e Transtejo – que assegura o transporte público fluvial de passageiros de Barreiro, Almada, Seixal, Moita e Montijo com Lisboa – foi a questão que os deputados do PS, eleitos pelo círculo de Setúbal, fizeram chegar ao ministro ministro do Ambiente e da Acção Climática, Duarte Cordeiro.
O requerimento, entregue este mês, visa obter respostas concretas do governante, depois dos sucessivos constrangimentos por que o serviço de transporte tem vindo a passar – com prejuízos no quotidiano de milhares de passageiros – e dos avanços e recuos rocambolescos conhecidos na aquisição das novas embarcações eléctricas, que levaram inclusive à demissão da presidente do conselho de administração da empresa.
Em comunicado, os socialistas lembram “todo o trabalho desenvolvido pelo Governo de António Costa” em prol da transportadora e citam o deputado André Pinotes Batista, que considera “essencial apurar o ponto da situação dos procedimentos concursais” referentes aos novos navios. “Especificamente o calendário de entregas efectivadas e por recepcionar, tendentes à aquisição de 10 novas embarcações eléctricas, respectivas baterias e pontos de carregamento”.
Os socialistas pretendem “avaliar as diligências tomadas, no seguimento do relatório do Tribunal de Contas do passado mês de Março, qual a planificação de operacionalidade plena das novas embarcações, bem como quais as soluções em análise, no que respeita à agilização do processo de aquisição e instalação das mesmas”.
Ao mesmo tempo, os deputados do PS eleitos por Setúbal salientam o “papel nevrálgico” desempenhado pela transportadora na vida de “cerca de 100 mil utilizadores diários, nas linhas de Almada, Seixal, Barreiro, Moita e Montijo, bem como dos demais concelhos adjacentes”, e responsabilizam o anterior governo do PSD pelo estado a que o serviço chegou.
Baterias apontadas ao PSD
A empresa, consideram, foi alvo de “duríssimos golpes infligidos nos tempos do ‘muito para além da Troika’”. E a inversão de um processo de desinvestimento só viria a acontecer “no decurso dos governos de António Costa”, defendem. Como exemplo, Ivan Gonçalves, parlamentar socialista citado no mesmo comunicado, recorda “a assinatura de acordos que garantiram a paz social na empresa, valorizaram as carreiras e reforçaram – por via da contratação a termo certo – o quadro de pessoal” na Soflusa/Transtejo. Gonçalves salienta “a assinatura de um contrato de prestação de serviço público, que, apenas entre 2021 e 2025, muniu a companhia de um valor de até 75 milhões de euros, correspondentes a cerca de 14 milhões de euros de compensações financeiras pela disponibilização das infra-estruturas, e cerca de 60 milhões pelo cumprimento de obrigações de serviço público”.
Já Pinotes Batista destaca “o investimento de cerca de 6 milhões de euros já executado na manutenção e valorização dos terminais de Almada, Barreiro, Montijo (Seixalinho) e Seixal”, além do “lançamento das bases para a construção do futuro cais fluvial no concelho da Moita”, o que, adianta, “constitui um marco histórico na recuperação orçamental necessária à manutenção da frota e pontões flutuantes”, bem como “na aposta na renovação das frotas, num valor global de 52,5 + 15,5 milhões de euros”.
Os deputados socialistas – Pinotes Batista, Eurídice Pereira, Jorge Seguro Sanches, Maria Antónia Almeida Santos, Clarisse Campos, Fernando José, Ivan Gonçalves, Bárbara Dias, Ana Isabel Santos e Gil Costa – consideram, a concluir, que é “indispensável priorizar a rápida resposta aos problemas quotidianos dos utentes que destes serviços dependem”.
