Da Weasel há 30 anos a mexer com palavras, para despertar consciências

Da Weasel há 30 anos a mexer com palavras, para despertar consciências

Da Weasel há 30 anos a mexer com palavras, para despertar consciências

Banda é sem dúvida uma referência da cidade de Almada, do País, da música

 

Quase apetece dizer que 2023 tem sido “O” ano dos Da Weasel. Completar 30 anos de
carreira, regresso aos grandes palcos com uma onda de receptividade gigantesca, a
edição de uma biografia, e uma exposição de relevo no Almada Fórum.

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Mas claro que este ano de eventos só é possível pelo passado que construíram – com
altos e baixos e paragens –, em Almada e a partir de Almada, a cidade omnipresente na
vida e obra do grupo.

Estávamos no início dos anos 90, quando os irreverentes irmãos Nobre, Carlos e João a
navegarem na onda de hip-hop que agitava as novas gerações da época decidem juntar-
se para dar início a uma aventura que atravessaria o País, a música e a vida de muita
gente. Carlos veste a personagem de Pacman, dá a voz e materializa as palavres que o
irmão mais velho musicaria, que, por vez vestiria a pele de JayJay Neige.

Juntam-se aos manos, Armando Teixeira e DJ Yen Sung e no ano seguinte a estreia em
disco com “More than 30 Mother***s“, disco com seis temas, dos quais se destacaram
“Monkey king” e “God Bless Johnny” que logo mexeram com o panorama musical
então vigente, mas a grande mudança ocorreria em 1995 quando, conscientes da
importância das palavras escritas no universo musical e social que queriam atingir,
optaram por deixar a exclusividade da língua inglesa patente no disco de estreia, para
dar destaque à língua portuguesa neste disco, “Dou-lhe com a Alma”.

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A opção resultou de imediato. A banda, com o novo guitarrista Pedro Quaresma é
considerada a revelação do ano e as rádios começam a colocar a sua música nas “ondas
do éter”.

Entretanto Virgul é mais uma voz na banda e Guilherme Guiltaz, o novo bateria. Sai
Yen Sung e chega o “3.º Capítulo”, o terceiro álbum da banda, com uma maior
maturidade e com temas como “Duia” e “Todagente” a surgirem em força nas rádios
nacionais.

Com o final de século no horizonte, a coisa atinge outro nível, trocadilhos à parte,
efectivamente o álbum “Iniciação a uma vida Banal – O Manual” –, editado em 1999,
veio estabilizar uma banda que cada vez tinha maior e mais consistente base de suporte,
quer em termos de publico, quer da imprensa e o tema “Outro nível”, para tal muito
contribuiu.

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A partir de então seria sempre a subir. Após uma longa série de concertos, editam, em
2001 o álbum “Podes fugir, mas não te podes esconder”, Disco de Ouro, por vendas
superiores a 10 mil exemplares com dois temas extraídos do álbum a merecerem grande relevo: “Tás na Boa” e “Sigue Sigue!, este com a participação especial do grupo Orishas, cubanos então com bastante relevo no mercado nacional.

Concertos que arrastam milhares de jovens, um pouco por todo o País e chegados a 2004, surge o sexto álbum do grupo, “Re-Definições”, disco que conta com a participação de Manuel Cruz (Ornatos Violeta, claro), João Gomes e Anabela Mota Ribeiro, jornalista que leu o tema que dá nome ao álbum.

Cerca de 60 mil discos vendidos, quadrupla platina, vencem o Best Portuguese Act nos
Prémios MTV em Roma e galardoados com os Globos de Ouro de Melhor Grupo e
Melhor Canção em ano de 2004, para memória futura da banda de Almada.

A fasquia estava alta e no início do ano seguinte atacam os Coliseu de Lisboa e Porto,
nos quais gravam o álbum “Ao vivo nos Coliseus”, com edição imediata. Ainda no mesmo ano vão ao MEO Sudoeste, passam pelo Olympia de Paris e vão á Madeira para um concerto especial com uma orquestra dirigida pelo Maestro Rui Massena.

O ano de 2007 foi dos lendários “Dialetos de Ternura” e “Mundos Mudos”. Os temas, que ficaram icónicos na vida da banda e da música em Portugal, eram parte integrante do álbum “Amor, Escárnio e Maldizer”, que contou com as colaborações de Bernardo Sassetti e dos Gato Fedorento.

Uma longa tour de quase anos, leva-os a todos os cantos do país, para terem no Pavilhão
Atlântico em Lisboa, uma noite final de glória, registado em CD e DVD, de título “Ao vivo no Pavilhão Atlântico”. São novamente nomeados para os Prémios MTV, na categoria Best Portugueses Act e vencem de novo o Globo de Ouro para Melhor Grupo.

É neste cenário de sucesso que anunciam uma pausa na atividade da banda. Decorria o
ano de 2009 e o choque maior ocorreria no ano seguinte, quando anunciaram o fim da
banda. Os músicos partiram para outros projectos, com maior ou menor dimensão, Carlão acabou por ser o mais mediático, com maior número de edições discográficas e também por força da sua presença semanal na RTP, como jurado do programa de talentos, The Voice Portugal.

Anunciaram com pompa e circunstância o seu regresso com um concerto especial no NOS Alive em 2020, mas a pandemia alterou os desejos dos Da Weasel, que acabariam por subir ao palco daquele festival, em 2022, com um estrondoso sucesso, repetido a dose e o sucesso no mesmo Festival, na sua edição deste ano. Mais a norte, subiram, com igual sucesso, ao palco do Festival MEO Marés Vivas.

Entretanto, porque a ligações e o legado do grupo à cidade de Almada são absolutamente inquestionáveis, receberam no mês passado, a Medalha de Ouro da Cidade de Almada, entregue pela presidente da câmara, Inês Medeiros. Da Weasel são sem dúvida uma referência da cidade de Almada, do distrito de Setúbal, do País, da música.

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