Liliana Cunha: “O Seixal é uma referência na promoção do acesso à cultura e livre criação artística”

Liliana Cunha: “O Seixal é uma referência na promoção do acesso à cultura e livre criação artística”

Liliana Cunha: “O Seixal é uma referência na promoção do acesso à cultura e livre criação artística”

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No Seixal a cultura é entendida como um agente de progresso, mudança e democracia. Para a vereadora da Cultura, Liliana Cunha, apostar neste sector é projectar o futuro

 

Com um investimento anual de 5,5 milhões de euros para a cultura, dos quais dois milhões são destinados à programação regular, o concelho do Seixal, com os seus muitos e diversificados espaços de promoção das artes, afirma-se com relevância na relação com o público de todas as idades.

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Com programas já icónicos como o “Seixal Jazz”, no concelho também o teatro tem crescido em oferta e qualidade, assim como o número de exposições de reconhecidos e
novos artistas. Ao mesmo tempo, investe e dinamiza o seu vasto património histórico.

Como diz a vereadora da Cultura do município, Liliana Cunha, “o Seixal atribui à cultura um papel decisivo” que passa pela programação da autarquia, mas também em muito pela produção do movimento associativo.

Qual o investimento da Câmara Municipal do Seixal previsto no actual mandato para o sector da cultura?
A cultura é uma marca do concelho do Seixal. A Câmara Municipal tem
um histórico vasto que respeita o trabalho na área da cultura e, como tal, encaramos este sector como um motor de desenvolvimento individual e colectivo fundamental para o progresso social.

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Podemos afirmar, com orgulho, que o nosso concelho é uma referência na promoção do
acesso à definição cultural e à livre criação artística. Fomos pioneiros quando construímos, em 1993, o Fórum Cultural do Seixal; o grande primeiro equipamento cultural fora
da capital do País. Nomeadamente, este ano comemora o seu 30.º aniversário e é sem dúvida uma referência em termos de programação cultural de qualidade. Claramente que os desafios para os municípios são enormes no contexto actual e, por isso, os territórios devem projectar-se para o futuro promovendo a qualidade de vida e formação cultural das
populações, além de outras áreas. O Seixal atribui à cultura um papel decisivo que se reflecte na nossa vasta programação, projectos culturais e iniciativas, o que pode ser observado no nosso orçamento anual para este sector. Estamos a falar de cerca de 5,5 milhões de euros para a cultura, dos quais dois milhões de euros são destinados à nossa programação regular.

A câmara tem também no movimento associativo cultural um dos seus principais parceiros
de acção. É importante referir a atribuição de apoios financeiros, logísticos e de transporte, de acordo com os projectos que estes parceiros desenvolvem, e que é um investimento considerável. Por exemplo, em 2022, nos apoios financeiros para os projectos regulares pontuais ou obras de requalificação, construções, transportes, entre outros, a autarquia investiu cerca de um milhão e meio de euros.

Comparando com os mandatos anteriores, pode-se falar de um investimento crescente?
É garantido que o investimento da câmara na cultura tem vindo, ao longo dos vários mandatos, a crescer seja para o movimento associativo como para os artistas locais, numa perspectiva de descentralização da cultura. É essa é a nossa premissa, e sempre a nossa intenção.

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Quanto a acontecimentos culturais do concelho, na visão da autarquia, quais têm maior relevância?
É difícil dizer quais têm maior relevância; todos têm a sua importância. O concelho tem
história e valorização através do que sempre foi criado no âmbito do seu movimento associativo cultural, com é caso das suas filarmónicas centenárias que foram das primeiras a levar a cultura às populações. Mas também é de referir iniciativas culturais mais recentes como o “Seixal Cultural”, que teve em Maio a segunda edição, e integrou várias actividades totalmente programadas com o movimento associativo do concelho. Foi mais uma prova do trabalho cultural em rede ao nível cultural que envolveu 45 associações e agentes culturais,
com um total de 83 actividades nos espaços municipais e nas sedes das seis freguesias do concelho.

Destaco ainda muitos outros exemplos como o projecto Cine Clube Seixal, mostra e concurso de curtas-metragens dirigido aos jovens, assim como o “Seixal Jazz vai à Escola” que leva o nosso grande “Festival Internacional de Jazz” ao jovens do 1.º, 2,º e 3.º ciclos com workshops e concertos. Destaco também o “Apreender o Teatro” para os alunos do 1.º, 2, 3.º ciclo do ensino básico e também do ensino Secundário que visa apoiar o teatro desenvolvido nas escolas. Também através das bibliotecas municipais e escolares promovemos uma intervenção para todas as idades, é um trabalho assente na promoção da leitura pública. É ainda de realçar o Eco-Museu municipal do Seixal que desenvolve projecto na área da educação patrimonial vocacionado para diferentes públicos, incluindo o mais jovem. É também de incluir o “Maio Património” que dá a conhecer os vários espaços
museológicos do concelho e o vasto património.

De forma global destacou projectos em muito dirigidos para os jovens. E para o público em geral?
Além da nossa programação cultural que passa pelo Fórum Cultural, Biblioteca Municipal,
Cinema São Vicente, galerias e auditórios municipais e ainda a Quinta da Fidalga e Eco-Museu municipal, destaco as comemorações do Dia Internacional da Mulher, ao longo de Março que envolvem um conjunto de espectáculos que reflectem, através de diferentes
expressões artística, a condição feminina.

Refiro ainda as comemorações do 25 de Abril com várias iniciativas no concelho que relembram esta data histórica [em 1974] que marcou o início da democracia e liberdade e também do poder local democrático fundamental para o desenvolvimento dos municípios. Este ano a comemorações no Seixal concelho de Abril teve como lema “A Liberdade é a Nossa Maior Força” e um dos pontos altos foi o concerto no Parque da Quinta dos Franceses, mas também um vasto programa de iniciativas e inaugurações que, no concelho, marcaram o 49.º aniversário do 25 de Abril.

De notar também o “Festival de Maio” que realizamos no Parque Urbano do Seixal, em
que dedicamos duas noites de concertos ao legado histórico da música de intervenção e protesto, mas também das lutas actuais, em que damos voz a novos artistas e a
vários géneros musicais.

Há também outras iniciativas como o “Seixal World Music”, que decorre normalmente em Junho, e promove a tolerância e a paz entre os povos através da música e de outras expressões culturais oriundas de diversas geografias, reforçando e valorizando também a multiculturalidade do nosso concelho.

Relevantes são também as Festas Populares de São Pedro, que correm todas as freguesias do concelho, o festival “Desconcentra, que assume uma programação de excelência de artes contemporâneas com linguagens performativas de rua e que se realizam em diversos espaços exteriores do concelho. Temos ainda espectáculos que decorrem no último trimestre do ano.

De grande relevância é ainda o Festival Internacional de Jazz, promovido pela Câmara do Seixal, e que este ano vai para a 24.ª edição.
Decorre em Outubro. É já uma referência à escala nacional e internacional que dá continuidade também à nossa linha programática adoptada nos últimos anos e que
pretende apresentar ao público diferentes estilos e linguagens do jazz, reunindo no mesmo palco não só músicos consagrados, mas também novos valores da música do jazz.

Mas tenho de referir também o “Festival de Teatro do Seixal, que este ano, em Novembro, vai para a 40.ª edição. No palco vai estar a melhor arte dramática e a reflexão de temas e questões que temos na actualidade. De lembrar ainda os espectáculos de Natal e o da Passagem de Ano.

Com o Festival de Teatro do Seixal este ano na 40.ª edição, podemos falar de um programa ainda mais diferenciador?
É um festival muito determinante na programação cultural do concelho por envolver não só as companhias de teatro profissionais, mas também companhias de teatro amadoras. Esta edição é um marco, e a Câmara Municipal vai criar um programa diferenciador que não
está fechado, mas vai ter ênfase maior. Contudo, vai manter as linhas programáticas e a estrutura de descentralização para a projecção das grandes companhias de teatro, das companhias amadoras e das que possam vir a querer instalar-se no concelho. A dinamização da arte do teatro tem sido também uma grande aposta, e de investimento, da Câmara do Seixal.

Considera que os equipamentos culturais existem no concelho são sufi cientes, ou estão novos projectos em cima da mesa?
Actualmente, a câmara gere um conjunto de espaços culturais municipais que são palco das nossas iniciativas e programação.

Já mencionei o Fórum Cultural do Seixal que integra o auditório municipal que é uma das principais salas de espectáculo do concelho. Mas também refiro a Galeria de Exposições Augusto Cabrita e o Polo Central da Biblioteca Municipal. Temos também a Quinta da Fidalga como património histórico que remonta ao século XV e recentemente foi recuperado
pela autarquia onde está instalada também a Oficina de Artes Manuel Cargaleiro projectada pelo arquitecto Siza Vieira, que acolhe diversas exposições temporárias e actividades educativas. É também nesta quinta que está instalado o Centro Internacional de Medalha
Contemporânea. Isto entre muitos outros equipamentos culturais como a Biblioteca Municipal com polos em Amora e Corroios. No âmbito do Eco Museu destaco o Espaço Mundet com dois edifícios musealizados. Temos ainda o Moinho de Corroios que remonta a 1403, a Olaria Romana na mesma freguesia, o Núcleo Naval, a Tipografia Popular com
equipamentos a funcionar, e a Fábrica da Pólvora de Vale de Milhaços considerada como monumento de interesse público. Entretanto a autarquia está a projectar mais equipamentos culturais municipais como o Centro Cultural José Saramago, em Amora, que está em construção e cuja conclusão está prevista para 2024, e irá contar com uma sala de
espectáculos, para teatros, cinema, dança, música e conferências que irá também albergar o centro de apoio ao movimento associativo juvenil e um polo da Biblioteca
Municipal do Seixal.

Temos também prevista a construção do centro interpretativo do 25 de Abril, que pretende ser um espaço diferenciador, original, expositivo e sensorial, que irá reflectir os tempos da ditadura até à Revolução do 25 de Abril. Temos também em projecto o Centro Cultural de Corroios e outro em Fernão Ferro.

Como avalia o investimento do Governo na cultura, isto tendo em consideração o concelho do Seixal?
Diria de outra forma; o desinvestimento. Este assume consequências dramáticas, nomeadamente no desinvestimento no património material e cultural, e isto é evidente. Mas afirmo que a Câmara do Seixal vai continuar a ter uma acção reivindicativa junto do Governo para que reforce, no Orçamento do Estado, as verbas previstas para a Cultura e Património. A Câmara Municipal do Seixal vai continuar a assumir, nas suas grandes opções, a construção participada e uma estratégia de intervenção cultural assente na democratização do acesso à criação fruição das artes e da cultura, não só na participação dos agentes culturais, mas também na programação de oferta cultural do município.

Continuaremos a apostar na preservação e valorização do património material e imaterial do concelho, no desenvolvimento da rede de equipamentos culturais e na expansão da oferta cultural. E reafirmo: continuaremos a ter um papel reivindicativo junto do Governo para o reforço no Orçamento do Estado das verbas previstas para a cultura e para o património. Isto não esquecendo, claro, os profissionais desta área, reivindicando um verdadeiro serviço público de cultura. É isso que nós pretendemos, em cumprimento com o que emana a Constituição da República, que garante um verdadeiro acesso universal à área cultural.

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