26 Junho 2024, Quarta-feira

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Sara Rodrigues e Silva: “A Cultura na Moita é o espaço da diversidade e da proximidade”

Sara Rodrigues e Silva: “A Cultura na Moita é o espaço da diversidade e da proximidade”

Sara Rodrigues e Silva: “A Cultura na Moita é o espaço da diversidade e da proximidade”

Concelho ribatejano pretende alcançar, através da cultura, diferentes segmentos da população

 

O concelho da Moita tem muita riqueza cultural e pretende que a mesma abranja toda a população. Sara Rodrigues e Silva, vereadora com o pelouro da Cultura, organiza a cultura através de quatro princípios, sendo eles a democratização do acesso à cultura, o fomento às actividades culturais, a coesão social e a conservação património cultural.

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A vice-presidente da Câmara Municipal esclarece que a cultura da vila ribatejana, apesar de estar muito ligada à tauromaquia, deve respeitar a perspectiva de quem não concorda com esta tradição, mas garante que esta práctica cultural do concelho faz parte da história da vila da Moita.

 

Como é que se pode caracterizar a cultura no concelho da Moita?

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A cultura na Moita, pode ser entendida como o espaço da diversidade e da proximidade. Faz-se cultura na gestão e programação dos nossos equipamentos culturais locais (por exemplo, bibliotecas; Centro de Experimentação Artística, Fórum Cultural); e através do investimento no património local, bem como na prestação de apoio às actividades, incluindo no domínio da cultura popular, onde se apoia as associações e colectividades que desenvolvem actividades culturais a nível local.

 

A nível político, quais são os princípios estruturantes que o município segue?

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Considera-se que são essencialmente quatro princípios: a democratização do acesso à cultura; o fomento às actividades culturais e de programação artística; a coesão social e territorial e a conservação e valorização do Património Cultural material e imaterial (identidade; memória).

 

O concelho da Moita abarca realidades distintas, como Baixa da Banheira, Alhos Vedras, Gaio Rosário e Sarilhos Pequenos. Como é que estas diferenças são integradas na política cultural do município?

São integradas escutando as pessoas, e incluindo na programação os seus anseios, interesses e expectativas. Na área das bibliotecas, o concelho tem algo que o distingue de outros, o facto de possuir quatro bibliotecas no território, permitindo um trabalho de coesão social e territorial a partir destes equipamentos e que tem sido fundamental neste aspecto da coesão, e na formação de crianças e jovens.

 

O município segue que critérios na definição da programação cultural?

Procuramos ter uma oferta cultural diversificada e dirigida a diferentes segmentos de públicos, conciliando propostas numa linha mais comercial, e outras propostas de produção independente, apoio a artistas emergentes e à criação artística. Paralelamente, procura-se consolidar a política municipal de cedência de espaços ao movimento associativo para projectos programáticos de interesse cultural.

 

Que evento destaca da programação anual?

Destaca-se o BB Blues Fest, cujas iniciativas centrais se realizam no Fórum Cultural, na Baixa da Banheira, assim como a Festa da Leitura, dinamizada pela rede de bibliotecas e que ocorre anualmente em Junho, no Parque Municipal da Moita e o Cultura à Solta, programação descentralizada pelas diferentes freguesias do concelho nos meses de Verão, que engloba várias manifestações artísticas.

 

A tauromaquia é fundamental na cultura na Moita? Como vê a posição dos anti taurinos?

A tauromaquia é uma prática cultural no nosso concelho. Para muitas pessoas é um aspecto fundamental da sua identidade, e da identidade do concelho, e para outras não. Devemos respeitar as duas perspectivas, sendo que a tauromaquia faz parte da história da vila da Moita.

 

Como é a relação do município com as associações e colectividades culturais?

Mantém uma relação de proximidade, desenvolvendo uma política de apoio à actividade das colectividades e associações, concretamente através de contractos programa e acompanhando as iniciativas.

 

Qual o orçamento anual da autarquia para a cultura? Qual o montante global atribuído pela Câmara aos agentes culturais?

A Cultura tem rúbricas distintas, consoante as áreas de intervenção, de que é exemplo a manutenção dos equipamentos culturais e a aquisição de materiais necessários para o funcionamento dos equipamentos, sendo que estes valores oscilam consoante as necessidades de intervenção. No que diz respeito à programação e investimento nas actividades culturais, disponibilizamos cerca de 300 mil euros para as iniciativas nos diversos equipamentos do concelho e espectáculos de rua, onde estão incluídos os protocolos com associações, de que é exemplo a ArtemRede, o BB Blues e a GATEM. Dispõe ainda de cerca de 45 mil euros na rúbrica das bibliotecas, onde apostamos igualmente em iniciativas nas 17 bibliotecas escolares que integram esta rede. São também investidos cerca de 8 mil euros por ano na aquisição de livros para a Rede de Bibliotecas.

 

Quais os benefícios económicos que a cultura traz ao concelho?

Pode ser um estímulo ao turismo, para atrair visitantes de outros concelhos, gerando receita no comércio local. Pode também potenciar o desenvolvimento de novos negócios, e tornar o concelho atractivo para o investimento, incluindo actividades económicas sustentáveis. O desenvolvimento assenta, também, na cultura.

 

Como avalia o apoio do Estado Central, nomeadamente da Direcção Geral das Artes, aos agentes culturais do concelho?

Não temos companhias de teatro ou dança, ou projectos musicais, orquestras, sediadas no concelho que se tenham candidatado aos apoios bienais sustentados, ou quadrienais da DGArtes.

Sobre a DGArtes, o município integra a Rede de Teatro e Cineteatros Portugueses que é um instrumento estratégico fundamental para o combate às assimetrias regionais e para o fomento da coesão territorial no acesso à cultura e às artes em Portugal. É nossa intenção submeter uma candidatura ao próximo concurso de Programa de Apoio à Programação da RTCP, que será muito importante para a qualificação da programação e da oferta nesta área.

 

Que papel desempenham as juntas de freguesia na Cultura?

As Juntas de Freguesia, estando próximas das comunidades locais, apoiam e desenvolvem actividades, em parceria, um complemento a outros apoios.

 

A Cultura é actualmente acessível a todos os cidadãos?

Consideramos que é socialmente acessível a todos, pois procura-se conciliar uma programação que valoriza a arte e os artistas, e que implica a aquisição de bilhete, com uma programação gratuita, de entrada livre.

 

O número de equipamentos culturais do concelho é o adequado às necessidades e à política que se procura seguir?

O concelho tem quatro bibliotecas, o que não é muito habitual, permitindo que esta área de intervenção – os livros e a leitura -, seja abrangida em todo o território do concelho.

Na área da programação possuímos também um Fórum Cultural, e na área da criação um Centro de Experimentação Artística.

No património, concluímos a primeira fase de um novo e importantíssimo recurso cultural que projecta o Palacete do Morgado da Casa da Cova/ Palacete Condes de Sampayo como futura sede do Museu Municipal da Moita, entre outros.

 

Como classifica a resposta da população à oferta cultural?

Os públicos mostram-se muito interessados. Sinal disso são os vários concertos que esgotam rapidamente, e que mostram que o investimento corresponde às expectativas e interesses do público e da população.

 

Quais os principais desafios da política cultural municipal actuais e futuros?

Continuar a ter uma programação qualificada e que vá de encontro aos interesses e expectativas das pessoas.

A sustentabilidade é outro desafio neste contexto de urgência ambiental, e de alterações climáticas, procurando que as práticas culturais promovam a sustentabilidade ambiental, social e económica.

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