Fotógrafo Augusto Cabrita é considerado um pilar da cultura sendo, muitas vezes, objecto de homenagem
A história e cultural da cidade do Barreiro são mostradas, e eternizadas, em pelo menos uma dezena de equipamentos culturais. A identidade construída pelo século XX fora com a industrialização, os caminhos de ferro, as fábricas e oficinas, espaços que serviram de ofício para milhares de pessoas, e são hoje objecto de mostra para as gerações que ouvem histórias de pais e avós dos tempos em que o Barreiro vivia do segundo sector de actividade.
O Auditório Municipal Augusto Cabrita, o Espaço Memória do Barreiro e o Cineclube do Barreiro destacam-se como três grandes superfícies que fazem por manter viva as histórias e testemunhos dos operários e trabalhadores que faziam mexer a cidade.
Auditório Municipal Augusto Cabrita (AMAC)
Caracteriza-se como a maior sala de espectáculos do Barreiro e recebe muitos dos grandes eventos culturais que se mostram no Barreiro. Localizado no interior do Parque da Cidade do Barreiro o Auditório Municipal Augusto Cabrita, em homenagem ao benemérito fotógrafo camarro, faz parte da Rede de Teatros e Cineteatros Portugueses – organismo da Direcção-Geral das Artes.
É composto por dois espaços que acolhem visitantes, um deles a plateia com capacidade para 321 pessoas em lugares sentados e outros quatro lugares para cadeiras de rodas, e a frisa que tem capacidade para 48 lugares e dois lugares para cadeiras de rodas. Simultaneamente tem contemplados três gabinetes de tradução simultânea, uma cabine de projecção, a régie de som e luz, o estúdio de gravação e edição áudio, uma sala para produção e edição de vídeo, três camarins, uma sala de ensaios e aquecimento que tem também a gare de palco para armazenamento e cargas e descargas de material além, também, dos equipamentos técnicos e cenográficos.
No exterior da sala existem ainda as galerias onde, habitualmente, estão exposições de fotografia, pintura, esculturas, entre outros.
Espaço Memória do Barreiro
A identidade histórica e cultural da cidade despertou a necessidade de criar um espaço onde fossem reunidos os espólios de quem tudo deu pelo Barreiro.
Abrem-se assim as portas, a 28 de Junho de 2014, da Galeria Municipal de Arte, das Reservas Museológicas Visitáveis e do Arquivo Municipal, todos estes agrupados no que é designado por Espaço Memória.
O Fundo de História Oral (FHORAL) faz também parte do arquivo municipal trazendo, em formato de entrevista, personalidades, temas e eventos que se mostraram – ou ainda mostram – importantes para o passado e futuro. Caso disso são as entrevistas a João Porfírio Cordeiro, operário da CUF e membro do movimento de greve de 1943, Belmiro Ferreira, operário e pintor, Jerónimo de Sousa, do Partido Comunista Português, e muitas outras figuras.
A indústria, o movimento operário, o associativismo, os caminhos de ferro, as oficinas da CUF e da CP, todos eles são elementos indissociáveis ao património do concelho do Barreiro. Registos escritos, fotográficos, fonográficos ou vídeo levam os visitantes numa verdadeira viagem sobre as “memórias” camarras.
Cineclube do Barreiro
Abriu portas pela primeira vez a 25 de Novembro de 1958 o que faz deste espaço um dos cineclubes mais antigos do País.
Sessões de cinema, concursos de desenho e pintura, exposições de fotografia, colóquios, um curso de cinema, um grupo de teatro, a edição da publicação “Voz Off ” e concursos de vídeo, todas elas passaram pela história de mais de 60 anos do Cineclube do Barreiro, que ainda hoje mantêm uma rica programação.
Figuras como Fernando Lopes, António Macedo, Vasco Granja ou Augusto Cabrita são nomes que esta “casa do cinema” já fez questão de lembrar e homenagear.
Acolheu, em 2019, a iniciativa “Entre Olhares” responsável por dinamizar, promover e divulgar o cinema português. O evento, quase como que um verdadeiro festival de cinema, caracteriza-se com a primeira actividade desta envergadura na margem Sul, e o primeiro na Área Metropolitana de Lisboa, dedicado integralmente à cinematografia portuguesa.