No passado fim de semana, dias 22 e 23 de julho, a Iniciativa Liberal, com a presença do seu presidente Rui Rocha, fez uma Rota Liberal pelos concelhos de Setúbal, Almada e Seixal. Uma rota que contou com uma elevada participação dos membros do partido – se compararmos as arruadas na Costa da Caparica, superior às de outros partidos maiores. Uma rota que foi muito bem sucedida no contacto com a população, mas, também, com os pequenos comerciantes, empresários e académicos. Um sucesso político, por tudo isto, conforme descreve o artigo do Observador a propósito desta rota liberal.
No entanto, não é para destacar ou descrever o sucesso desta rota que escrevo este artigo, mas, sim, para falar da realidade local, que não foi abordada no artigo que referi, e que, em bom rigor, não costuma ser abordada nos media nacionais. Falo, por exemplo, dos milhões de euros provenientes de investimentos privados que se poderiam ter perdido se não fosse a vontade e a grande resiliência dos empresários que visitámos em Setúbal. Investimentos que se poderiam ter perdido à custa da complexidade e da burocracia da Administração Pública, que não compreende que qualquer atraso na aprovação de uma licença ou na atribuição de um papel pode pôr em causa ideias e, consequentemente, postos de trabalho. Falo da realidade dos pequenos comerciantes, muitos deles que vendem produtos básicos de alimentação, como peixe, carne ou legumes e que relatam, de forma indireta, os efeitos da inflação, nomeadamente na perda de clientes ou nas compras de valor cada vez menor. E falo, obviamente, das preocupações manifestadas pelo Professor João Joanaz de Melo, doutorado em Engenharia do Ambiente e professor na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, que nos demonstrou o impacto muito negativo na orla costeira da Costa da Caparica, em resultado das opções políticas e das alterações realizadas no início do século XX no Estuário do Tejo e da construção desregrada. Igualmente marcante foi a demonstração do impacto, neste caso, positivo, que teria para a mobilidade de todo o concelho de Almada a extensão do Metro Sul do Tejo até à Costa da Caparica. E importa ainda referir a preocupação com o perigo que constitui para a Costa da Caparica o atual estado dos parques de campismo, tema sobre o qual já aqui escrevi. Por fim, porque o tema é caro à Iniciativa Liberal, falo do impacto, visível a olho nú, que o Alojamento Local teve, em particular, no Seixal, na revitalização do centro urbano que, ainda há 10 anos, era caracterizado pelo seu estado de degradação.
Como já referi, esta Rota Liberal foi um sucesso a vários níveis, mas o maior sucesso será quando a estagnação que caracteriza este território, consequência de anos de governação comunista e socialista, for, definitivamente, posta de lado pela população. Até lá, e claro que também depois, a Iniciativa Liberal aqui estará para expor, denunciar, mas, principalmente, para apresentar soluções alternativas e verdadeiras reformas para Portugal. Deixo, como exemplo, a nossa proposta para uma nova Lei de Bases da Saúde, que será discutida agora em Setembro, e que enquadra uma alternativa, verdadeiramente liberal, para o nosso sistema de saúde – para que todos tenham os melhores cuidados de saúde, com liberdade de escolha.