Estamos a 5 dias do início da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 (JMJ Lisboa 2023) e a verdade é que se sente um frenesim no ar, ou melhor dizendo, sentem-se dois frenesins no ar.
Por um lado, o frenesim de quem considera relevante o encontro de jovens de todo o mundo com o Papa. Um encontro que é, também, uma peregrinação e uma festa da juventude, em que imperam experiências, vivências e culturas de jovens de diferentes países.
Estes jovens ficam alojados em equipamentos escolares, pavilhões desportivos e casas particulares de várias zonas do nosso país, incluindo o distrito de Setúbal. Ora, a probabilidade de, nestes dias, cada um de nós, seja católico ou não, sair à rua e ter o privilégio de se cruzar com um destes jovens, é um desafio enorme. Um desafio que é, simultaneamente, um privilégio, no sentido em que nos fará crescer enquanto seres humanos e que nos permitirá criar laços de amizade, bem como contactar com outas realidades e com outras culturas.
Conhecer os problemas que os jovens de todo o mundo enfrentam, que, certamente, não são muito diferentes dos que se verificam no nosso país, e perceber de que forma encontraram soluções é uma experiência que não tem preço.
Por outro lado, temos assistido ao frenesim de quem considera que Portugal, um país com dificuldades económicas, não tem condições para assumir os gastos inerentes à organização e realização da JMJ Lisboa 2023.
Acresce, ainda, os que defendem que a JMJ Lisboa 2023 poderia decorrer em Fátima, revelando uma total ignorância face às questões de logística que este evento implica – Fátima é um local mítico, mas não tem infraestruturas para acolher mais de 1 milhão de pessoas durante 6 dias.
Esta posição resulta do desconhecimento sobre o que é verdadeiramente a JMJ Lisboa 2023, o número de pessoas que envolve e, mais grave, denota um sentimento anti igreja, muito comum no distrito de Setúbal. De facto, Marx afirmou que “a religião é o ópio do povo” e durante muitos anos a ideologia Marxista reinou nesta região. Uma ideologia que até poderia fazer sentido nos meados do século passado, mas continuar a defender isto, sem ser do ponto de vista histórico, é um absurdo.
Enfim… Já quando as nossas naus partiram para os descobrimentos havia os “velhos do Restelo” a dizerem para não partirem. Ousámos partir e demos “novos mundos ao mundo”. Quando organizámos a Expo 98 havia, também, quem afirmasse que era um gasto excessivo. Organizámos esse evento, que acolheu pessoas de todo o mundo e, hoje, o turismo é a nossa principal fonte de divisas.
Aos portugueses não pode faltar ambição. Não podemos continuar a ser um povo remediado na cauda da Europa, sem sonhos. Acredito que há quem não esteja de acordo com esta situação, quem queira sonhar algo mais, quem tenha a coragem de ousar.
Estou do lado dos que consideram que a JMJ Lisboa 2023 nos vai deixar mais ricos. Mais ricos em termos de sabedoria, experiência, cultura, amizade e AMOR em CRISTO.
A JMJ Lisboa 2023, vai valer a pena!
Como dizia Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena, se a alma não é pequena”.
Que a nossa alma, pelo menos durante a JMJ Lisboa 2023, não seja pequena!