26 Junho 2024, Quarta-feira

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Uma verdadeira vergonha para a humanidade

Uma verdadeira vergonha para a humanidade

Uma verdadeira vergonha para a humanidade

, Médico
19 Julho 2023, Quarta-feira
Mário Moura - Médico|

Há muitos anos que o problema dos migrantes vem sendo posto em relevo nos órgãos de informação, há tanto tempo que foi assunto que se banalizou.

O sul da Grécia e até da Itália eram a porta de entrada dos milhares de fugitivos das imensas zonas de África e do Oriente, de onde, por causa de guerras e de alterações climáticas, fugiam homens, mulheres e crianças, caminhando quilómetros para o norte de África donde se podia dar “o salto” para a Europa – um paraíso no pensamento daqueles fugitivos.

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Uma vez chegados à margem do Mediterrâneo havia que atravessá-lo. Aí surgem os traficantes propondo levá-los a bom porto, em frágeis barcos de borracha cheios até não caber mais ninguém. Resultado: muitos desses barcos não aguentavam a carga ou as condições do mar, afundando-se muitos deles e fazendo do Mediterrânio um tremendo cemitério onde ninguém sabe quantos milhares por lá ficaram.

Os gregos, perante a avalanche de gente que ia chegando, arranjaram campos onde os albergavam à espera de lhes encontrar destino. No início desta tragedia a Alemanha ainda recebeu quase um milhão de refugiados, mas os outros países iam construindo muros para impedir a entrada.

Noutro lado do mundo, a onda de fugitivos partia dos países pobres da América Central e dirigiam-se aos milhares para os Estados Unidos que rapidamente fizeram igualmente uma barreira de quilómetros, ficando os migrantes no México ao sol e ao relento. Aí, lá iam entrando a conta gotas!

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É evidente que havia reuniões de dirigentes, de gente importante tanto na União Europeia como nos Estados Unidos, nada saindo de concreto para resolver as causa das fugas daquela gente!

E os anos passam, a vida política agita-se com a guerra entre Putin e a Ucrânia, provocando outra onda de refugiados, esses recebidos com carinho pela Europa. Mas as levas vindas do sul da América e, em especial, do sul de África não pararam. E também se morre afogado no Canal da Mancha os ingleses recambiam muitos deles de avião para um país africano com quem fazem um contrato.

O problema não muda, soluções de desenvolvimento dos locais donde se foge não aparecem e a Grécia começa a “gritar” que não pode receber toda aquela quantidade de pessoas que continuam a morrer afogadas ou a ser mantidas em verdadeiros campos de concentração.

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Os fugitivos escolhem novas rotas e saem por Marrocos e começam a chegar ao sul de Espanha, às ilhas Canárias e até ao Algarve. É bom que se saiba que a Rússia do Sr. Putin e os Estados Unidos são os grandes clientes do que se produz nessas terras de miséria, como metais raros, pedras preciosas, substâncias necessárias para o progresso tecnológico desses países poderosos e ricos!

É notório que as televisões passaram a dar muito menos relevo a este candente problema que custa milhares de vidas alem dum sofrimento intenso de muitas populações.

Não percebo nada de economia e de política e não me atrevo a dar opiniões sobre possíveis soluções, mas sou – isso sim! – sensível ao sofrimento, às mortes e, especialmente, à indiferença dos países beneficiários da exploração e da pobreza de milhões.

É evidente que não é solução transferir milhões para outros locais, mas, parece-me evidente que a solução passa pelo investimento que promova o desenvolvimento daquelas regiões. Mas o silencio é angustiante!

E no passado sábado vi um programa feito por uma pessoa sensível que mostrava barcos gregos tentando abalroar barcos de borracha apinhados de imigrantes para que não chegassem à Grécia! Durante todo o domingo não vi tal problema – um verdadeiro assassínio – em qualquer canal. Será que tudo está ao serviço dessa insensibilidade criminosa?

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