3 Maio 2024, Sexta-feira
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Passar da teoria à prática, na cultura

Em tempo de crise, e nas suas variadas formas, a cultura entrou pelas nossas casas contribuindo para amenizar o estado de confinamento. O setor da cultura solidarizou-se com todos quantos ficaram em casa, tornando os nossos dias menos cinzentos. Foram muitos os autores e artistas que connosco partilharam, através das redes sociais, música, teatro, textos, proporcionando encontros, e trazendo a arte a todos quantos dela precisam, por dar mais sentido à vida.

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A cultura foi um dos primeiros setores a ser afetado. Com o fecho de portas de todas as salas de espetáculo, museus, salas de cinema, e outros espaços culturais, muitos artistas e profissionais ligados à arte, ficaram sem agenda, e sem rendimento. É agora o momento de nos solidarizarmos com eles, e de nos manifestarmos, por eles.
Embora todos subscrevam a importância da cultura para o enriquecimento e desenvolvimento do ‘eu’, a verdade é que este é um setor que, ao longo dos anos, não tem sido bem cuidado pelo Estado e que, mais do que nunca, necessita que as atenções se voltem para todos os que fazem da arte o seu modo de vida. Um país sem cultura, é certamente, um país mais pobre. Aproveite-se o momento para dar à cultura o lugar que merece, pelo bem que nos faz. É hora de ouvir, em definitivo, todos os que nos dedicam a sua criatividade, imaginação, engenho e arte, encontrando soluções, a curto prazo, e criando uma política estruturada e pensada, a longo prazo.

De acordo com um inquérito realizado pelo Cena/STE, e com os dados da Academia Portuguesa de Cinema, mais de 80% dos trabalhadores perderam rendimento, e são trabalhadores independentes. No cinema, e em outras artes foram 85% e 90%, respetivamente, os profissionais que ficaram sem rendimento. Na sua maioria, estes trabalhadores, não têm acesso a qualquer apoio.

A situação precária destes profissionais, não é de agora. A crise pandémica só veio reforçar a urgência de se repensarem, reestruturarem e reajustarem as condições laborais deste setor; só veio reforçar o alerta de tantos e tantas para a necessidade de se levar por diante uma verdadeira alteração na cultura laboral do setor e que deixa, neste momento, muitos profissionais sem qualquer proteção social, e a passarem fome.
O setor da cultura vive, há demasiados anos, num estado de precariedade permanente, dizem os atores, dizem os artistas. E não falam só por eles, falam por todos os outros trabalhadores que fazem com que a cultura aconteça.

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Nos últimos dias, tiveram lugar vigílias culturais com o objetivo único de se reivindicarem apoios de emergência efetivos, e direitos de trabalhadores que não podem mais ser adiados.

Da Ministra da Cultura ficou a promessa da concretização destes direitos, nomeadamente, a criação do estatuto de trabalhador intermitente do setor das artes, como já existe noutros países.

Este é um dos setores em que falar de regresso à normalidade não faz qualquer sentido. Reconhecer a importância da cultura e das artes, é não deixar que tudo fique na mesma.

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