O presidente da Câmara Municipal afirma que no concelho há cerca de 40 mil utentes sem médico de família
Estava previsto que a marcha do passado sábado a reivindicar, mais uma vez, a construção do Hospital do Seixal juntasse cerca de 2 500 pessoas, mas terão sido muitas mais a percorrerem a zona ribeirinha do Seixal.
Sempre à beira da baía, a marcha reuniu várias gerações a exigirem, além da há muito prometida unidade hospitalar, também “cuidados de saúde mais dignos”, refere a autarquia em jeito de balanço desta iniciativa organizada pela Câmara do Seixal, juntas de freguesia, Núcleo do Sporting Clube de Portugal do Seixal, Comissão de Utentes de Saúde do Concelho do Seixal e também com o apoio do Movimento Associativo.
O Hospital Garcia de Orta, em Almada, “está sujeito a uma enorme pressão, dando resposta ao dobro dos utentes para o qual foi projectado. As promessas sucessivamente adiadas por parte do Poder Central fizeram com que hoje, em 2023, o hospital no Seixal ainda não esteja construído”, comenta o presidente da Câmara do Seixal, Paulo Silva.
O autarca salienta ainda que a população do concelho “continua a aguardar e a exigir que este equipamento fundamental para a vida das populações se concretize. O hospital no Seixal é um equipamento essencial num concelho com graves carências em termos de cuidados de saúde, com cerca de 40 mil utentes sem médico de família”.
A construção do hospital do Seixal é uma reivindicação com mais de duas décadas, inclusivamente, em 2009 foi alvo de um protocolo assinado entre a ministra da Saúde de então, Ana Jorge e o presidente da Câmara Municipal Alfredo Monteiro. Foi então definido que esta unidade hospitalar seria inaugurada em 2012.
Só em 2018 houve ‘luz verde’ do Governo para avançar com o futuro hospital do Seixal, com um custo estimado de 25 milhões de euros, mas o concurso público para a concepção e projecto ficou parado devido a questões jurídicas.
Este ano, a 29 de Março, durante uma visita ao hospital Garcia de Orta o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, deu a saber que o concurso para a construção do hospital de proximidade do Seixal deverá ser lançado no último trimestre deste ano ou no início de 2024, classificando-o como um equipamento necessário.
“Tivemos finalmente uma sentença do Supremo Tribunal Administrativo que nos permitiu contratar o projecto. O projectista está a trabalhar no projecto que nos será entregue no segundo semestre deste ano. Diria que entre o último trimestre de 2023 e o primeiro de 2024 vamos finalmente pôr a concurso a obra do Hospital do Seixal, que desta vez vai passar do papel para a realidade e que bem necessário é”, explicou Manuel Pizarro.
Segundo o ministro da Saúde, o novo hospital no Seixal vai contribuir para diminuir a pressão exercida sobre o Hospital de Almada, unidade que serve uma vasta população e com uma procura significativa.
