Em maio de 1923, o então Arcebispo de Braga, D. Manuel Vieira de Matos, e Monsenhor Avelino Gonçalves, inspirados pelo grande movimento de fraternidade mundial iniciado em 1907, na Inglaterra, por Robert Baden-Powell, fundaram na cidade de Braga o Corpo Nacional de Escutas (CNE), erguendo-o sobre três pilares que se complementam entre si: escutismo, português e católico.
Os primeiros Estatutos do CNE foram aprovados a 27 de maio de 1923 e confirmados a 26 de novembro desse mesmo ano, começando o movimento, a partir de então, a existir como personalidade jurídica. Por sua vez, o Decreto-Lei n.º 9729/1924, de 26 de maio, confirmou a aprovação dos Estatutos do CNE e alargou o âmbito deste movimento a todo o território português.
O ano de 1926 ficou marcado por uma intensa atividade e projeção do CNE. Para isso, muito contribuiu o êxito do 1º Acampamento Nacional, realizado em Aljubarrota, o que serviu de rastilho para galvanizar o entusiasmo da população portuguesa pelo Escutismo, bem patente aquando da visita de Baden-Powell ao nosso país, em março de 1929.
Com a Revolução de 25 de Abril de 1974 e as consequentes mudanças na nossa sociedade, também o CNE sofreu transformações, desde logo com a aprovação, em 09/03/1975, de novos Estatutos (em resultado dos quais foi empossada a primeira Junta Central eleita por sufrágio direto, tendo como Chefe Nacional Manuel António Velez da Costa) e a admissão de jovens do sexo feminino para as várias secções do CNE (1976).
Nas últimas décadas verificou-se uma enorme expansão do Escutismo, com o consequente aumento do número de efetivos que, atualmente, é de mais de 60 000 associados, mais de 1000 agrupamentos e cerca de 14000 voluntários.
Ao longo de 100 anos, é inegável o contributo do CNE para a formação integral de muitas crianças e jovens, através do desenvolvimento do sentido de cidadania ativa, baseada no aprender – fazendo, junto das respetivas comunidades, com o objetivo de contribuir para a construção de um mundo melhor.
Face ao seu papel relevante na nossa sociedade, o CNE, a maior associação de crianças e jovens de Portugal, mereceu o reconhecimento como Instituição de Utilidade Pública (1983), bem como diversas condecorações, das quais se destacam:
- Ordem de Mérito, atribuída pelo ex-Presidente da República, Mário Soares (1992);
- Ordem do Infante D. Henrique, atribuída pelo ex-Presidente da República, Jorge Sampaio (1997);
- Ordem de Instrução Pública, atribuída pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (2022).
Por iniciativa do eurodeputado do PSD, José Manuel Fernandes, o CNE foi distinguido com o Prémio Cidadão Europeu 2020, cujo objetivo é “recompensar atividades excecionais desempenhadas por cidadãos, grupos, associações ou organizações nos domínios da promoção de uma maior integração de cidadãos europeus”.
Num momento em que os valores como a fraternidade, humanismo e solidariedade assumem particular relevância, o GP/PSD, por minha iniciativa, apresentou em 15 de maio o PROJETO DE VOTO DE SAUDAÇÃO N.º 344/XV/1.ª – Ao Corpo Nacional de Escutas – Escutismo Católico Português (CNE) pelo 100º Aniversário da sua fundação, manifestando o seu reconhecimento e congratulação pelo contributo deste movimento “para a construção de uma autêntica escola para a vida de milhares de crianças e jovens portugueses, prosperando uma sociedade mais justa e humanista”.