Festa tem sido mantida pelos marítimos ou barqueiros e seus descendentes que, através da tradição oral, a mantiveram viva
A tradição centenária religiosa Círio dos Marítimos de Alcochete, no distrito de Setúbal, interrompida durante três anos devido à pandemia de covid-19. Começou a realizar-se neste sábado e decorrerá até amanhã.
Segundo uma nota de imprensa da autarquia, a devoção a Nossa Senhora da Atalaia, na ermida erigida no monte da Atalaia, situada no limite geográfico do concelho do Montijo com o de Alcochete, mantém viva uma tradição dos alcochetanos com mais de cinco séculos de história.
Alicerçada nas raízes marítimas desta população que durante anos encontrou no Tejo o seu sustento, esta festa tem sido mantida pelos marítimos ou barqueiros e seus descendentes que, através da tradição oral, a mantiveram viva.
As festividades começaram no sábado, prolongando-se por mais três dias numa sequência de momentos de devoção e convívio, que anualmente reúnem centenas de pessoas, naquela que é a festa mais antiga de Alcochete.
O início das festividades é marcado pela música do “Chininá”, nome dado aos tocadores de gaita-de-foles e caixa, que percorre as ruas da vila, no sábado de Páscoa, anunciando a todos a realização de mais um Círio dos Marítimos de Alcochete, enquanto o fogueteiro lança foguetes ao ar.
Na tarde de domingo de Páscoa realizou-se o primeiro cortejo do Círio, um desfile de solteiras e casadas, montadas em burros, que percorre também as principais ruas da vila de Alcochete hoje, após a arrematação de 168 bandeiras, que têm estampadas a figura de Nossa Senhora da Atalaia e de cinco fogaças (bolo tradicional).