Esta semana, a 28 de Março, significativamente o Dia da Juventude, recordamos a luta de 1947 dos jovens antifascistas de então que, com a sua coragem e alegria e confiança no futuro, marcaram de forma inesquecível o caminho de resistência que ajudou a semear o futuro e floresceu em Abril.
Mas o 28 de Março não é só dia de lembrar e homenagear as lutas que aconteceram no passado – é dia de sair à rua e erguer a voz no presente! Assim será com a concentração dia 28 às 15 horas no Rossio, em Lisboa, organizada pela Interjovem/CGTP-IN.
Como bem lembrou a Interjovem, os grupos económicos exibem lucros milionários e obscenos – e enquanto isso, um em cada quatro jovens recebe o salário mínimo nacional, e mais de metade recebe menos de mil euros. Os bens essenciais estão cada vez mais caros e os preços da habitação, seja arrendada, seja comprada, estão proibitivos. Os jovens saem de casa dos seus pais cada vez mais tarde, em média aos 33 anos atualmente. Como é que é suposto conseguir a emancipação com salários de miséria? Com este salário e estas rendas, os jovens vão viver onde?!
Os jovens não podem ser empurrados desta forma para a emigração, para a pobreza, para o passado. Os jovens têm direito a construir a sua vida, a construir os seus projetos, a construir a felicidade, no seu próprio país!
Já na semana passada, dia 21, os estudantes da Escola Secundária António Gedeão em Almada realizaram uma jornada de luta, de grande participação e afirmação, para protestar contra a falta de condições da escola e exigir a realização urgente de obras. Estivemos presentes e acompanhámos de forma solidária a luta dos estudantes, e confrontámos o Ministério da Educação com o abandono e desinvestimento em que tem deixado esta escola.
Era evidente a solidariedade de muitos professores e funcionários da escola, e participaram ativamente no protesto muitos pais e encarregados de educação (eles próprios antigos alunos que sofreram já há 20 ou 30 anos a falta de condições daquelas instalações, que até hoje não tiveram obras).
Salas com estores partidos, tetos a cair, pavimento destruído, tudo a contribuir para uma falta de segurança inaceitável. O pavilhão gimnodesportivo com o teto em mau estado há anos. Lavatórios partidos, portas sem trinco, autoclismos avariados. Os estudantes, concentrados à porta da escola, faziam ouvir a palavra de ordem “Passaram 30 anos / os pavilhões da Gedeão continuam sem planos!”- trata-se do que é há décadas conhecido como “galinheiros”: salas com portas e janelas partidas, estores a cair, buracos nas paredes, infiltrações, problemas no sistema elétrico.
Foi uma grande jornada de luta – assim como muitas outras que os estudantes têm vindo a realizar na região e no país. Assim como a grande manifestação de estudantes do ensino superior que se realizou em Lisboa na passada quinta-feira. Esta semana, prossegue a luta dos jovens trabalhadores.
Costuma-se dizer que os jovens são o futuro. Mas mais que isso, são já o presente – porque são protagonistas, já hoje, da vida do País. E com a sua luta constroem a mudança para um futuro melhor.