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Ucrânia: um ano de luta pela Liberdade

Ucrânia: um ano de luta pela Liberdade

Ucrânia: um ano de luta pela Liberdade

3 Março 2023, Sexta-feira

Fez dia 24 de fevereiro de 2023 um ano desde que a Rússia invadiu a Ucrânia e iniciou o mais violento confronto bélico na Europa desde a IIª Guerra Mundial.
Há um único responsável por esta guerra, pela morte de civis, homens, mulheres e crianças, pela destruição generalizada da Ucrânia, das suas comunidades, vilas e cidades e esse responsável é Vladimir Putin. São cerca de 20 000 civis ucranianos e 100 000 militares russos e ucranianos mortos até ao dia de hoje.
Putin invadiu uma nação soberana sem qualquer justificação. O direito internacional, os princípios humanitários, a estabilidade pós IIª Guerra Mundial foram destruídas pela ambição de deixar uma marca na história, iniciando a reconstrução da União Soviética. As suas ambições imperialistas são moralmente execráveis e merecem o nosso vigoroso repúdio.
A guerra na Ucrânia demonstra diariamente quais os objetivos de Putin: a destruição do estado ucraniano, da nação ucraniana, em síntese, do povo ucraniano. Não estarão longe da verdade aqueles que já falam em genocídio e em crimes contra a humanidade a serem julgados em tribunal internacional.
Sob a égide de Putin, a Rússia rasgou os princípios básicos do direito internacional consagrados na Carta das Nações Unidas. A Rússia provou não ser merecedora de ser um dos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, um lugar que era da URSS e que lhe foi atribuído como prova da confiança que o Ocidente tinha num país que começava, após 1991, a viver plenamente as ideias e valores das outras democracias liberais europeias e mundiais, um país que renunciava ao uso da força na política internacional e que se comprometia a respeitar a independência, a soberania e a integridade territorial de todos países. A Rússia apoiou a sublevação de separatistas pró-russos no Donbass, a seguir aos acontecimentos da praça Maidan, numa inqualificável ingerência na soberania da nação ucraniana e ocupou a Crimeia, numa ação que devia ter tido outra resposta das democracias livres do Mundo. Putin violou mesmo os acordos de Minsk, acordos que resultaram da sua imposição, acordos charneira para eventuais negociações entre a Rússia e a Ucrânia sobre os territórios separatistas. Desde 24 de Fevereiro de 2022 que a confiança na Rússia acabou.
Quanto à Ucrânia, por sua vez, manteve-se firme nos seus ideais. Zelensky, os seus homens e o povo ucraniano, recusaram sacrificar a liberdade e a sua soberania à agressão russa e resistem sendo exemplo maior numa guerra na qual eram considerados derrotados à partida. E essa é a sua maior lição; precisamos de lutar sempre pela nossa liberdade, por aquilo em que acreditamos, sejam quais forem as probabilidades de vitória, porque não lutar é sempre pior. Não lutar é sinalizar ao agressor que ele poderá vencer sem também ele ter de provar a dor que inflige aos outros, que poderá continuar a atacar, a destruir e a matar sem consequências. Este é um momento para recordar o contexto e as palavras de Churchill para Chamberlain, após o “apaziguamento” de Hitler em 1938: “You were given the choice between war and dishonour. You chose dishonour and you will have war.”
Os países europeus, os Estados Unidos da América e muitos países de outras geografias Mundiais, – de onde lamentavelmente se exclui o Brasil de Bolsonaro antes e de Lula agora – estão unidos na condenação da ação russa e mantêm o apoio à Ucrânia, ajudando-a a defender-se. Já a NATO, apesar de mentirosamente acusada por Putin e pelos extremistas de esquerda e direita, está afastada de intervir num conflito onde não o pode fazer. Aqueles que acusam a NATO e a União Europeia de serem responsáveis por “provocarem” a Rússia deviam saber que estas organizações não se alargam por vontade dos seus membros, mas sim quando países não-membros solicitam a adesão a estas organizações. Em relação a NATO, o artigo 10.º estabelece que a adesão está aberta a qualquer “Estado europeu em condições de promover os princípios deste Tratado e de contribuir para a segurança do Atlântico Norte”. Foi isso que a Suécia e a Finlândia fizeram e foi isso que aconteceu ao longo da história da Aliança. Alemanha, Turquia ou Espanha não estão entre os fundadores da NATO e solicitaram a sua adesão, sendo agora membros de pleno direito. Com o fim da guerra fria, os países do antigo Bloco de Leste entraram quase todos por sua livre, autónoma e soberana iniciativa.
Estou convencido que, tivesse a Ucrânia mantido o seu enorme potencial nuclear, tivesse a Ucrânia duvidado e recusado o memorando de Bucareste em que, em troca do seu manancial nuclear, o mundo livre lhe assegurava proteção contra o intervencionismo imperialista de Putin, tivesse a Ucrânia integrado a NATO como os bálticos, tivessem estas três coisas acontecido e a guerra a que assistimos hoje não estaria a acontecer.
Alguém como Putin só respeita a força bruta. Assusta-o viver paredes meias com estados ex-soviéticos que sabem o poder que a liberdade, a democracia, o estado de direito e os mercados livres têm na prosperidade do povo que assim se liberta da absoluta dependência coletivista do Estado e dos seus governantes. Para Putin, as esperanças e ambições dos indivíduos livres, os seus direitos e dignidade são absolutamente irrelevantes. Não esperem negociações de paz de um ditador imperialista. Se não o pararem ele não vai parar.
“Slava Ukraini”, “Heroiam slava ! A Ucrânia resiste.

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