Carlos Albino, presidente da autarquia, evocou contributos do passado e do presente, na preservação das raízes locais
Várias dezenas de pessoas, diversas embarcações típicas do Tejo, devidamente engalanadas e ancoradas, e a colocação de uma pedra da obra com séculos de história, para honrar a importância daquele património identitário. O Cais da Moita cumpriu 300 anos de existência e a data foi assim assinalada a rigor, no último domingo, 5, pela Câmara Municipal.
A recriação histórica de um mercado caramelo, a cargo do Grupo Folclórico de Danças e Cantares da Fonte da Senhora, completou o “menu” da cerimónia comemorativa dinamizada no local. Cerimónia que, de acordo com Carlos Albino, presidente da autarquia, visou distinguir contributos do passado e do presente. “[O objectivo principal foi] homenagear todos os que ontem fizeram a história deste cais e os que hoje engrandecem este nosso estuário e tanto fazem para manter vivas as nossas raízes”, disse o autarca, que teve a seu lado nas comemorações a deputada parlamentar socialista Eurídice Pereira.
O edil frisou ainda o papel que o Cais da Moita assumiu para as gentes locais – e que ainda continua a assumir, mas num contexto diferente – ao recordar tempos idos. “Há mais de três séculos, era aqui que toda a vida da Moita se desenrolava, com a azáfama dos barcos que chegavam e partiam carregados de mercadorias e que aqui faziam a ligação com Lisboa”, realçou, para reforçar de seguida: “Estas ligações regulares com a capital, transformaram o Cais da Moita num importante ponto de passagem, com grande importância económica e social”.
A história do Cais da Moita, como hoje o conhecemos, remonta a 1723. Mas tudo começou um ano antes, conforme faz notar a Câmara Municipal. “Foi devido a um grande movimento diário que, em 1722, surgiu a necessidade de transformar o cais de madeira numa estrutura mais robusta, em pedra. A obra viria a prolongar-se por cerca de um ano e, em 5 de Fevereiro de 1723, era inaugurado o novo Cais da Moita, que mantém, até aos dias de hoje, a sua essência.”
Os 300 anos de vida da estrutura de embarque e desembarque são ainda evocados, pela edilidade, através da exposição, intitulada “Memórias de um Cais Vivo”, que está patente ao público no Posto de Turismo até ao próximo dia 28.