Na sequência da minha crónica da semana transacta, onde reflectia sobre a importância do pessoal não docente, dos quais salientei somente os funcionários administrativos e os assistentes operacionais, chegou à redacção do “Setubalense” uma mensagem de correio electrónico proveniente do grupo de Técnicos do Ministério da Educação, com o seguinte teor: “Exmos. Senhores,

Com os melhores cumprimentos,

Grupo de técnicos do Ministério da Educação”

Claro. Naturalmente. Estão cobertos de razão e fizeram muito bem em terem chamado oportunamente a atenção para este enorme lapso da minha parte.

Fica aqui publicamente expresso o meu pedido de desculpas.

Tenho o privilégio de conviver diariamente com esses magníficos profissionais que são indiscutivelmente os Técnicos Superiores Especializados nas escolas.

Sem qualquer sombra de dúvida, os Técnicos Superiores Especializados desempenham um papel de importância cada vez mais determinante no funcionamento operativo das escolas.

Como tive ocasião de salientar na semana passada, uma escola não é somente composta pela direcção, professores e alunos; uma escola funciona também graças ao precioso trabalho dos Funcionários Administrativos, Assistentes Operacionais, e Técnicos Superiores Especializados muitas vezes esquecidos injustamente, quase como se fossem invisíveis.

Mas não são; aliás, estão muito longe de sê-lo. Eu é que estava com problemas de percepção. Basicamente, distracção.

Melhorar e promover a saúde e o bem-estar psicofísico da comunidade escolar, constitui um dos grandes objectivos dos psicólogos na escola.

A escola assume-se como o ambiente preferencial para a realização das aprendizagens, da socialização, promovendo o crescimento, a formação, através da afectividade, racionalidade e conhecimento

É dentro desta dimensão que os psicólogos desenvolvem a sua actividade, numa função integrativa, sem confundir-se com outros interlocutores, graças à própria preparação, competência e empenho, na procura de caminhos onde os alunos possam desenvolver as suas aptidões.

Relativamente aos assistentes sociais acompanham em permanência os alunos, dentro de uma complexidade que intersecta as representações sócio-culturais, no contexto da responsabilidade familiar, do seu bem-estar e das funções do Estado. Nestes domínios, o serviço social desempenha um papel central, contribuindo decisivamente para promover a protecção dos alunos e os seus superiores interesses. Constituem-se interlocutores preferenciais fazendo a integração entre a esfera pública e a dimensão privada da família.

Quanto aos terapeutas da fala, desempenham um papel vital na caracterização das fragilidades linguísticas de certos alunos e das melhores formas de procurar superá-las graças à utilização de estratégias diversificadas. O terapeuta da fala intervém, detectando distúrbios específicos de aprendizagens, prevenindo, avaliando e intervindo directamente na voz, na comunicação, potenciando a linguagem, corrigindo defeitos de pronúncia ou mesmo distúrbios associados à verbalização, à articulação das palavras, atrasos no desenvolvimento da linguagem e constrangimentos lexicais.

Torna-se absolutamente necessária uma valorização destas fundamentais categorias profissionais, quer ao nível remuneratório, quer das condições efectivas de trabalho, de forma que o trabalho dos Técnicos Superiores Especializados tenha a atenção que merece.

Os Técnicos Superiores Especializados possuem uma dimensão afectiva relativamente aos alunos, bem como da própria família, assumindo uma importância que vai muito para além das suas estritas incumbências profissionais.

Como docente, tenho por eles uma acentuada admiração e estima pessoal e profissional. Dão tudo aquilo que têm e por vezes, aquilo que julgam não ter.

Gente de coração do tamanho dos seus sonhos.

Fica aqui uma homenagem muito sentida e justa a estes magníficos profissionais.