26 Junho 2024, Quarta-feira

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Autarcas recolheram sugestões antes de reunião com ministro sobre Hospital de Setúbal

Autarcas recolheram sugestões antes de reunião com ministro sobre Hospital de Setúbal

Autarcas recolheram sugestões antes de reunião com ministro sobre Hospital de Setúbal

Fotografia de Alex Gaspar

Presidentes das câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra vão defender a necessidade de um reforço de meios humanos no Hospital de São Bernardo

 

Os presidentes das Câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra ouviram ontem uma mão cheia de sugestões para a reunião desta terça-feira no Ministério da Saúde, pedida após o encerramento temporário da urgência pediátrica do Centro Hospitalar de Setúbal.

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A “inclusão de um representante das três autarquias no conselho de administração do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS)” foi uma das sugestões do presidente da Liga dos Amigos do Hospital de São Bernardo, a par das críticas que fez à indiferença do poder legislativo face à saída dos médicos a custo zero para o sector privado.

“O parlamento não tem coragem para mudar a lei”, disse Cândido Teixeira, considerando que a actual situação, em que os médicos “são formados no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e depois saem para o sector privado” sem qualquer contrapartida, é incomportável para o SNS e para o País.

Cândido Teixeira falava no Fórum Intermunicipal de Saúde nos Paços do Concelho, em Setúbal, organizado pelos três municípios da Arrábida (Setúbal, Palmela e Sesimbra), na área de influência do CHS, para ouvirem a opinião de diversas entidades sobre a actual situação no Hospital de São Bernardo, principal unidade de saúde do CHS.

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A sindicalista Zoraima Prado, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), também apontou um conjunto de problemas existentes na saúde, que considerou ser necessário corrigir, a começar pelo “subfinanciamento do SNS”.

“Há um ataque ao capital humano do SNS que promove a sua saída para o sector privado”, disse Zoraima Prado, que acusou o estado de promover o “negócio da saúde” do sector privado.

O oncologista Jorge Espírito Santo, da Federação Nacional dos Médicos e da Ordem dos Médicos, entre outras sugestões, exortou os três autarcas a convidarem o ministro a negociar com os médicos.

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“O senhor ministro que aceite negociar as condições de trabalho e de progressão na carreira dos médicos. Às vezes nem é uma questão de dinheiro, mas uma questão de satisfação, de diferenciação profissional”, acrescentou.

“Há muitas propostas em cima da mesa para negociar”, frisou Jorge Espírito Santo, que considerou “inaceitável” o transporte de grávidas para outras unidades hospitalares a mais de 150 quilómetros de distância, bem como o encerramento da urgência pediátrica do Hospital de São Bernardo durante uma semana (de 06 a 12 de Dezembro)”.

No encontro, no âmbito do Fórum Intermunicipal de Saúde de Setúbal, os presidentes dos municípios de Setúbal (André Martins), Palmela (Álvaro Amaro) e Sesimbra (Francisco Jesus), ouviram ainda vários alertas para o agravamento da situação em diversas unidades de saúde da região, face à saída constante de profissionais de saúde do SNS para o sector privado.

O ortopedista Nuno Fachada, ex-director clínico do CHS, que o ano passado juntamente com mais 80 médicos alertou para a degradação progressiva da prestação de cuidados de saúde no Hospital de São Bernardo, considerou que a situação “está pior do que há um ano”.

Nuno Fachada deixou também críticas à Ordem dos Médicos por não ter viabilizado a criação da especialidade de urgência hospitalar, que considerou ser uma posição de “pendor corporativo”.

Referindo-se às obras de ampliação do Hospital de São Bernardo, que ainda não começaram, Nuno Fachada reiterou a ideia de que aquele hospital ficará ainda pior do que está, caso se concretize a possibilidade, de que se tem falado nos últimos anos, de ter de acolher todos os serviços do Hospital Ortopédico do Outão.

Na reunião marcada para as 19 horas de hoje com o ministro da Saúde, os presidentes das câmaras de Setúbal, Palmela e Sesimbra, entre outras medidas, vão defender a necessidade de um reforço imediato de meios humanos no Hospital de São Bernardo, para evitar os sucessivos encerramentos temporários das urgências e de algumas valências, devido à falta de médicos.

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