27 Junho 2024, Quinta-feira

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Oposição trava aumento do preço da água no Montijo para 2023

Oposição trava aumento do preço da água no Montijo para 2023

Oposição trava aumento do preço da água no Montijo para 2023

Nuno Canta lembrou implicações legais. João Afonso criticou gestão. Joaquim Correia frisou  machadada no poder de  compra das famílias

O preço actual da tarifa da água e sa neamento no Montijo vai manter-se em 2023. A oposição, PSD e CDU, travou – tal como havia feito em De zembro do ano anterior –, na reunião de Câmara de quarta-feira passada, o aumento do custo, que não poderia ultrapassar os 2,7%. A gestão PS – que apresentou a proposta de acordo com um estudo de viabilidade económica-financeira, seguindo as orientações da Entidade Reguladora de Águas e Resíduos (ERSAR) – votou vencida.

A proposta acabou chumbada por quatro votos contra (dois do PSD e outros tantos da CDU), registando três votos favoráveis do PS. Nuno Canta, presidente da autar quia, ainda lembrou que a decisão poderá ter implicações legais para os vereadores da oposição. Mas o verea dor social-democrata João Afonso defendeu que existe a possibilidade de três votações (a favor, contra e abs tenção) e que a ERSAR não obriga a que a posição dos vereadores tenha de ser fechada a uma única hipótese, ou seja ao voto favorável.

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Antes já o autarca do PSD havia cri ticado a liderança PS pela falta de in vestimento no sector da rede pública das águas e pela gestão dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamen to (SMAS). “Os SMAS estão falidos e vão conti nuar falidos. O equilíbrio económico-financeiro que a lei exige não está assegurado na próxima década”, disse o social-democrata, que acusou Nu no Canta de projectar investimentos necessários no sector para o final de 2024.

“O grosso do investimento é pa ra depois deste mandato. Quem vier a seguir resolva problema”, criticou, ao mesmo tempo que considerou que a gestão socialista deveria ter investido muito antes. “Perdemos grande parte dos fundos comunitários nesta área, [ao abrigo] do POSEUR, entre 2014 e 2020. Candidaturas: bola”, atirou.

Nuno Canta refutou a argumenta ção. “Com fundos comunitários cons truímos sete reservatórios de água, substituímos 10 ou 20 condutas de grandes dimensões na cidade…”, re cordou o presidente, para adiantar de seguida que os municípios das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto não podiam apresentar candidaturas a fundos comunitários no âmbito do POSEUR.

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Sobre a falta de investimentos avul tados e necessários no sector, o socia lista defendeu: “Não fazemos porque a capacidade financeira dos serviços não o permite. Porque o presidente não pode castigar os munícipes com a factura da água. Temos de fazer uma gestão com paz social”.

CDU lembra inflação

Já Joaquim Correia, vereador da CDU, considerou que o aumento da tarifa proposto para 2023 seria mais uma machadada no poder de compra dos munícipes. Até porque, quando com parada com o período pandémico que levou a autarquia a congelar o aumen to do preço, a actual situação é “bem pior a nível económico-financeiro” pa ra as famílias.

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“O aumento do preço da água será indexado à inflação, diz o estudo. O que vamos estar a fazer é com que a água aumente mais do que aquilo que as pessoas vão ter de receita”, frisou. “Se aumentarmos ainda mais a água, vamos estar a cami nhar para a pobreza”, juntou Joaquim Correia, depois de ter reforçado que a actualização dos salários e das pensões das pessoas não vão acompanhar a taxa de inflação.

Situação que Nuno Canta reconhe ceu, mas com uma ressalva. É que o aumento do custo da factura para os munícipes não pode ir além dos 2,7%, ao passo que os municípios vão ter de suportar um aumento de 6,6% decor rente da inflação por serviços, como a electricidade, que pagam para pode rem fornecer água aos consumidores. A argumentação do socialista aca bou por não convencer nem a CDU nem o PSD.

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