28 Junho 2024, Sexta-feira

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Obras de ampliação do São Bernardo arrancam no primeiro trimestre de 2023

Obras de ampliação do São Bernardo arrancam no primeiro trimestre de 2023

Obras de ampliação do São Bernardo arrancam no primeiro trimestre de 2023

Garantia dada pelo socialista Fernando José em reunião de câmara, com a empreitada a ser adjudicada em Dezembro

 

As obras de ampliação do Hospital de São Bernardo, aguardadas há mais de uma década por utentes e profissionais de saúde, vão avançar no primeiro trimestre de 2023, tendo em conta que “a empreitada será adjudicada no mês de Dezembro”.

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A garantia foi dada por Fernando José, vereador do Partido Socialista (PS) na Câmara de Setúbal, na reunião pública desta quarta-feira, na qual explicou que o passo é dado “uma vez que o processo de concurso chegou ao fim”.

“A empreitada não foi adjudicada antes por força do Código dos Contratos Públicos. Na lista final, houve um concorrente que recorreu da decisão. No primeiro trimestre de 2023 vai ser lançada a primeira pedra e avança a ampliação das urgências do hospital”, adiantou o também deputado à Assembleia da República.

Além disso, recordou que “as obras foram anunciadas pelo Governo em finais de 2019 e tiveram depois pelo meio uma pandemia, em 2020 e 2021”, o que motivou também o atraso na sua realização.

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Questionado por O SETUBALENSE sobre mais detalhes relacionados com o processo, o socialista remeteu as respectivas respostas para o conselho de administração do Centro Hospitalar de Setúbal (CHS), formado pelo Hospital de São Bernardo e pelo Hospital Ortopédico Sant’Iago do Outão.

O concurso público internacional para a ampliação do Hospital de São Bernardo foi lançado em Fevereiro último com o valor base de 27,5 milhões de euros, sendo que a obra vai não só permitir realojar os serviços de urgência como também dar continuidade à requalificação dos espaços dos diversos serviços de apoio assistencial.

A notícia surge na mesma semana em que a Urgência Pediátrica regista constrangimentos devido à falta de médicos, levando a que o serviço permaneça fechado até à próxima segunda-feira. “Houve [esta] necessidade porque dos 19 médicos que existem, 8 ou 9 não fazem urgência e há médicos que estão de baixa, de licença de maternidade ou atingiram a idade que leva a uma limitação no trabalho nas urgências”, explicou Fernando José.

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Já Pedro Pina, vereador da CDU com o pelouro da Saúde, alertou para o cuidado que se deve ter “na descrição relativamente aos médicos disponíveis”. “Dos 19 médicos associados ao serviço de Pediatria, a grande maioria não são pediatras”, explicou.

A par da Urgência Pediátrica, de acordo com a agência Lusa, também o serviço de Obstetrícia está com constrangimentos, não estando a receber doentes entre as 09 e as 21 horas de hoje, assim como no serviço de Ortopedia/Traumatologia não vão ser vistos doentes até às 08 horas desta sexta-feira.

Desta forma, os doentes da área de influência do Hospital de São Bernardo – Setúbal, Palmela e Sesimbra – estarão a ser encaminhados para outras unidades hospitalares.

Ainda na sessão camarária, Fernando José garantiu que “de 6 a 11 de Dezembro o hospital vai manter em regime de urgência interna um pediatra para apoio ao internamento e um médico tarefeiro no serviço de Urgência Geral para o caso de chegar alguma criança em estado crítico”.

Em seguida, revelou que foi “encontrada uma solução para evitar que os doentes se amontoem nas urgências do hospital”. “Está concluída uma nova valência, num investimento de mais de um milhão de euros. É uma nova unidade de internamento de curta duração que irá entrar em funcionamento no início do próximo ano. Não entra já porque as doenças respiratórias agravaram-se e vieram fora de tempo”.

O SETUBALENSE tentou contactar o Centro Hospitalar de Setúbal, mas até ao fecho desta edição não obteve resposta.

Setúbal, Palmela e Sesimbra pedem reunião ao ministro da Saúde

No período antes da ordem do dia da mesma sessão, o presidente da autarquia, André Martins, garantiu que “a Câmara Municipal tem acompanhado esta situação com muita preocupação”, relembrando que pediu, com os presidentes das câmaras de Sesimbra e Palmela, “uma reunião com carácter de urgência ao ministro da Saúde [Manuel Pizarro], para se ver que medidas poderão ser tomadas no sentido de resolver ou minorar a situação”.

“A informação que existe é que a situação é complicada nos hospitais a nível nacional. O que verificamos é que continuamos a ter um problema grave, que é o da atractividade do Serviço Nacional de Saúde [SNS] face aos profissionais de saúde”, afirmou.

Por parte da bancada do Partido Social Democrata (PSD), o eleito Paulo Calado revelou não ter “exactamente a mesma posição do presidente [da autarquia], relativamente à questão do diagnóstico”.

“Pensamos que não é apenas uma questão de falta de médicos. A questão tem a ver com o planeamento daquilo que é o SNS. Verifica-se que há um desinvestimento no Centro Hospitalar e que, inclusivamente, um conjunto de especialidades ou já terminaram ou poderão vir a terminar com a falta de profissionais de saúde”, sublinhou.

Sobre o encerramento do serviço de Urgência Pediátrica, Paulo Calado disse ter conhecimento de que tal situação “poderá vir a acontecer noutros períodos ainda deste ano, segundo informação de profissionais de saúde”, revelando que “o PSD também irá requerer uma reunião com a administração [do CHS] para obter informações”.

Isto tendo em conta que o executivo CDU pediu esta semana uma reunião ao conselho de administração do Centro Hospitalar de Setúbal, a acontecer esta sexta-feira.

A concluir, André Martins confessou estar também preocupado “porque o Hospital do Outão presta serviços com meios que já não estão ao nível da capacidade e da especialidade que os profissionais têm”.

“É necessário que o Outão seja também olhado pelo Governo no sentido de que as novas tecnologias possam ser ali instaladas e que aquele hospital possa continuar a fazer um serviço de excelência”, reforçou.

Hoje Fecho das Urgências Pediátricas motiva concentração

A Comissão de Utentes dos Serviços Públicos de Setúbal e a União dos Sindicatos de Setúbal vão hoje realizar uma concentração frente ao Hospital de São Bernardo, organizada por “uma questão de denúncia, de protesto, de luta e de exigência, para que as Urgências Pediátricas se mantenham com ofertas de cuidados de saúde à população”.

A O SETUBALENSE, Luís Leitão, coordenador da União dos Sindicatos de Setúbal, explicou que a concentração, a acontecer pelas 18 horas, “poderá trazer de diferente o facto de talhar caminho relativamente àquilo que é a falta de médicos pediatras e de profissionais no Serviço Nacional de Saúde [SNS]”.

“É também uma questão de outras valências que o Hospital de São Bernardo tem vindo a perder e tem vindo a deixar de realizar”, sublinhou o dirigente sindical.

Além da reabertura da Urgência Pediátrica, é exigido “mais investimento no SNS, mais médicos, enfermeiros e outros profissionais [também] nos centros de saúde, médicos de família para todos e o reforço dos cuidados de saúde primários, a par da remodelação e abertura de novos centros de saúde no concelho de Setúbal”.

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