Processo contou com 27 reclamações, mas apenas 14 tiveram provimento. Aprovação por unanimidade
Onze fogos do parque de habitação social do Montijo vão ser disponibili zados a igual número de famílias em regime de arrendamento apoiado, nos bairros de Caneira, Esteval, Es teval Novo e Lançada. A atribuição das habitações foi aprovada, por una nimidade, pelo executivo municipal na reunião pública descentralizada realizada na última quarta-feira em Alto Estanqueiro, na delegação da junta de freguesia.
O processo ficou definido, depois de terem sido apreciadas “27 recla mações” da lista provisória de can didaturas previamente aprovada, “na sua maioria por dívidas dos candida tos à Câmara”, sendo que dessas “14 tiveram provimento”, explicou Maria Clara Silva, vereadora socialista res ponsável pelo respectivo pelouro.
Durante a discussão da proposta, o vereador social-democrata João Afon so salientou que o problema da habi tação no Montijo “é enorme” e que deveria merecer outra prioridade da parte da autarquia. “Basta olhar para o número de candidatos. É para aqui que o dinheiro tem de ser afecto. Mas as prioridades do PS estão invertidas”, criticou o autarca do PSD, ao mesmo tempo que considerou que a habita ção a construir ao abrigo do PRR não estará pronta a tempo de dar resposta “ao problema gigante” que a cidade sentirá dentro “de dois ou três anos”.
“Qualquer discurso no sentido de dizer que as pessoas estão a passar dificuldades é aceite imediatamente por essas pessoas. A isto chama-se populismo. O problema da habitação está a afectar todo o País. Montijo é dos municípios com mais casas de ha bitação social por habitante na região de Setúbal”, retorquiu Nuno Canta, presidente da Câmara, para lembrar de seguida: “Dos 500 fogos que te mos, 20 e às vezes 30 habitações por ano são libertadas e atribuídas de novo a famílias necessitadas”.
E quanto ao número de pessoas que mostraram interesse nos 11 fogos ago ra atribuídos, o autarca socialista lem brou que se cifrou em mais de cem. Já Joaquim Correia, vereador da CDU, sublinhou que existem proble mas no concelho “como em Odemi ra”, com casas [habitadas]por 20 ou 30 pessoas”. “Se a Câmara não quer olhar para este problema, nós denun ciamos”, atirou, com Nuno Canta a responder que a autarquia tem vindo a fazer “várias fiscalizações” e a actuar em conformidade, juntamente com as autoridades competentes.