A cultura é a expressão da nossa identidade coletiva, da nossa história comum, do que persiste e nos representa enquanto País, enquanto indivíduos capazes de criar obras dignas de admiração. O acesso à cultura é também fundamental para esbater desigualdades sociais entre pobres e ricos, entre o interior e o litoral, por exemplo.
Trata-se de uma área que contará com um aumento de 23 por cento no Orçamento do Estado para 2023, fator que entendo contribuir para fortalecer a nossa democracia.
Considero que o investimento na cultura é um dos caminhos para nos reforçarmos enquanto povo, para aumentarmos a nossa autoestima como nação, para transmitirmos essa confiança aos nossos filhos e a quem nos visita, cativando mais a vir a Portugal, algo imprescindível em épocas de aperto económico.
Por isso, reputo de grande importância esta aposta na cultura, destacando um sector que me é especialmente caro – uma vez que foi nele que trabalhei boa parte da minha vida: falo das bibliotecas e dos arquivos.
Neste sentido, o Plano de Recuperação e Resiliência prevê para o próximo ano, uma modernização na Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, com a aquisição de equipamentos informáticos e a criação de cinco bibliotecas itinerantes, que levarão os livros às populações de igual número de concelhos que ainda não possuem bibliotecas municipais.
No mesmo âmbito, será posta em prática uma plataforma de empréstimo de livros eletrónicos, que contribuirá para incentivar a leitura, de forma alargada e facilitada.
Este empenho na acessibilidade, aliás, está igualmente presente na componente da transição digital, com a digitalização e disponibilização online de milhões de documentos, informação e imagens sobre acervos de museus, bibliotecas e arquivos, o que não só contribui para a preservação e a divulgação universal desse património, como dará o mote para a fruição presencial futura desses espólios por um número crescente de pessoas.
Mas, o orçamento da Cultura não se esgota nas bibliotecas e arquivos. De entre dezenas de medidas, destaco ainda a execução de diversos projetos e obras de requalificação de Museus e Monumentos Nacionais e, na mesma área, a contratação de um número significativo de vigilantes e de técnicos de conservação e restauro, trabalhadores de que a nossa rede nacional de museus muito carece e que são essenciais para assegurar e melhorar a qualidade das inúmeras visitas de nacionais e estrangeiros que recebemos e, ainda, para que estes bens culturais de valor inestimável – e que são de todos nós – sejam preservados para as próximas gerações.
Por fim, destaco a modernização prevista de três dezenas de cineteatros em todo o País e o auxílio à criação artística, com mais entidades apoiadas e maior verba para todas.