Irá realizar-se na cidade San Juan, Argentina, entre 7 e 13 de novembro, a 45ª edição do Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins. Uma vez mais, Portugal irá estar presente. Muito mais do que um desporto, entre nós o hóquei em patins é uma cultura, tal a paixão que sentimos por esta modalidade, consubstanciada na conquista, pela nossa seleção nacional, de 16 títulos mundiais.
Não é por acaso que a Federação de Patinagem de Portugal foi homenageada pelo Comité Olímpico Internacional com o Troféu Juan António Samaranch. Este troféu, único no mundo, foi atribuído a Portugal em 1982, depois de a seleção portuguesa ter ganho 12 campeonatos do Mundo de Hóquei em Patins. Os mais curiosos, já agora, podem ver este troféu no Museu do Desporto, em Lisboa.
Na edição deste ano do campeonato do mundo, para além de Portugal, participarão também as seleções de Angola e Moçambique, reforçando a importância da modalidade na Lusofonia.
No nosso distrito, existem várias equipas com um passado relevante, destacando-se o Grupo Desportivo da CUF, que foi Campeão nacional da 1ª Divisão Nacional no ano de 1965 e o Grupo Desportivo de Sesimbra que venceu, para além do Campeonato Nacional da 2ª Divisão, a Taça CERS (semelhante à Taça UEFA), em 1981.
Também na arbitragem, o nosso distrito teve ao longo dos anos vários representantes de valor. Entre outros, destacou-se Joaquim Carpelho, reconhecidamente um dos melhores árbitros de sempre da modalidade.
Atualmente, o presidente da Federação de Patinagem de Portugal (FPP), é o professor Luís Sénica que, como treinador, levou o Sport Lisboa e Benfica a vencer a Liga Europeia de Clubes e a seleção nacional ao título europeu de seleções. Já como presidente da FPP, foi Campeão do Mundo em 2019. Ele que é um ilustre natural e residente do nosso distrito.
O hóquei em patins, que começou a ser praticado em Inglaterra, exige saber patinar, manipular com especial perícia um stick e uma bola com o intuito de ultrapassar os adversários e introduzir a bola na baliza adversária. Uma tarefa nada fácil, exigindo, entre outros requisitos, boas condições físicas de equilíbrio, agilidade, mobilidade, velocidade, força e resistência. Digamos que se trata de um desporto completo.
Deixo aqui o convite para os pais levarem o seu o(a) filho(a), se ainda não praticam desporto, a experimentar a modalidade tão histórica, que concilia a componente estética e artística (de patinar) com a capacidade desportiva.
Desejo, naturalmente, a melhor sorte à seleção nacional neste mundial, recordando com saudade os tempos de criança, agarrado à televisão e a vibrar com as emoções da nossa seleção e de grandes jogadores como Vítor Hugo, Vítor Bruno, Carlos Realista, Paulo Almeida, Ramalhete, Chambel, Cristiano, Fana, Leste, Vítor Fortunato e tantos outros que nos presentearam com a sua arte. Infelizmente, já não pude ver o grande Livramento ou ainda antes dele os enormes Jesus Correia, Fernando Adrião ou Vítor Domingos.
Isto dito, qualquer que seja o resultado neste mundial, o hóquei em patins faz parte da nossa história nacional. Da minha parte, tal como muitos outros portugueses, irei certamente torcer pela conquista de mais um título mundial!