26 Junho 2024, Quarta-feira

- PUB -
Festa da Ilustração capta mais público e foi acrescentada até Novembro

Festa da Ilustração capta mais público e foi acrescentada até Novembro

Festa da Ilustração capta mais público e foi acrescentada até Novembro

|Teófilo Duarte|

É a maior mostra sobre ilustração que se realiza em Portugal, e não só. Está cada vez mais consolidada em Setúbal

Com mais público, mais locais de exposição e mais iniciativas agregadas, a Festa da Ilustração está consolidada na agenda cultural de Setúbal. “Em 2015, começámos com dez locais de exposição no concelho, agora são quinze. Isto é único no mundo, nem em New York (EUA) acontece algo assim com exposições de grande qualidade com a participação de ilustradores internacionalmente reconhecidos”, afirma José Teófilo Duarte, curador desta festa que, ao fim de oito edições, insiste na mesma pergunta: “É preciso fazer um desenho?”.

- PUB -

Prevista inicialmente para decorrer durante o mês de Outubro, a Festa da Ilustração foi agora reprogramada para se estender até ao fim de Novembro e, no último sábado deste mesmo mês, dia 26, realiza-se um acontecimento marcante; João Paulo Cotrim é homenageado com a apresentação de um livro que escreveu sobre ilustração.

João Paulo Cotrim, que morreu a 26 de Dezembro de 2021, dirigiu a Bedeteca de Lisboa – dedicada à banda desenhada – foi jornalista, escritor, editor e guionista. Foi com ele que Teófilo Duarte apresentou o projecto da Festa da Ilustração, em 2015, à Câmara de Setúbal. O parisiense jornal satírico “Charlie Hebdo”, a 7 de Janeiro do mesmo ano, foi vítima de um massacre terrorista onde morreram 12 pessoas, parte delas da equipa do jornal; daqui a ideia de homenagear a ilustração, arte base desta publicação.

Teófilo Duarte

“A Festa da Ilustração não é uma homenagem à morte, mas sim à vida, à liberdade e ao carácter dos ilustradores”, diz o seu curador. É assim que Cotrim é relembrado e homenageado na edição deste ano. “Ele, [João Paulo Cotrim] marcou a ilustração em Portugal ao dar mais autenticidade e dignidade à ilustração no País; estimulou o conhecimento para o trabalho feito pelos ilustradores”. E acrescenta: “Com ele, praticamente nasceu a edição da literatura desenhada; a ilustração como objecto literário”.

- PUB -

Um dos ilustradores representados na primeira edição da Festa da Ilustração foi Tignous, um dos ‘desenhadores’ no “Charlie Hebdo” que morreu no atentado, uma exposição que foi um marco e contou com a presença da sua viúva. Desde então a mostra tem vindo em crescendo. “Este ano, é visível que há mais público, e não só pessoas de Setúbal, mas de todo o País e mesmo de outros países”, refere Teófilo Duarte.

Ana e Maria, uma de Lisboa e outra de Évora, na passada sexta-feira combinaram encontrar-se na Casa da Cultura. Conheceram-se no Instituto Politécnico de Setúbal, vieram revisitar a cidade e foram surpreendidas pela exposição do trabalho de instinto criativo de Alain Corbel e a Loja do Mestre André, de André Letria. Primeiro comentaram: “É giro”, depois “interessante”. E seguiu-se: “Obriga a pensar”, e veio a pergunta: “A exposição é só aqui?”. Ficaram a saber que são 15 os espaços em Setúbal dedicados à “Festa da Ilustração”. Marcaram rumo em direcção à Casa da Avenida e depois à Galeria do Quartel do 11.

São três espaços que Teófilo Duarte recomenda como obrigatórios e que, juntamente com a mostra na Biblioteca Municipal, e possivelmente outros, vão estar abertos ao público até ao fim de Novembro.

- PUB -

Além das exposições, o programa remete para iniciativas como a que decorreu no passado sábado, com a apresentação do livro “Dança”, na Casa da Cultura, dedicado aos vários estilos desta arte. Os destaques seguintes de Teófilo Duarte vão para 29 de Outubro com a apresentação do catálogo “Ilustração Portuguesa”, na Gráfica – Centro de Criação Artística, que vai reunir todos os ilustradores presentes nesta publicação, o livro “Postais” de André Ruivo e o livro de José de Lemos “Muito Amarelo”.

Como maior relevância aponta a obra gráfica de João Paulo Cotrim “Foi um prazer”, a ser apresentada a 26 de Novembro e que marca o fim da edição deste ano da “Festa da Ilustração”.

Desafio à dança em conhecimento e imaginação

André Letria, Inês Fonseca Santos e Daniel Tércio

“Dança”, o livro ilustrado por André Letria, escrito por Inês Fonseca Santos e que teve Daniel Tércio como consultor, foi apresentado ao público no passado sábado e marcou a tarde na Sala José Afonso da Casa da Cultura, na cidade de Setúbal. “Tudo neste livro é adorável”, comentou Inês Fonseca Santos.

Na apresentação desta obra, que atravessa os vários estilos da dança, veio a referência ao que disse Cícero, “dançar é indigno e reprovável” e, sobre o que disse o filosofo e político romano, que viveu no período 63 a.c., salta o comentário “Cícero ficou derrotado pela saudável vontade de as pessoas abanarem-o-capacete”.

“A Inês, o André e o Daniel deram uma aula de prazer e alegria”, comentou o curador da Festa da Ilustração, José Teófilo Duarte. “Usámos o conhecimento e a imaginação. Tudo é possível. Todos podemos dançar. A criatividade trata disso. Dançámos”.

 

Partilhe esta notícia
- PUB -

Notícias Relacionadas

- PUB -
- PUB -