O sindicato diz que o Governo e Transtejo estão intransigentes para negociar. A empresa diz estar de portas-abertas
A ligação fluvial entre o Seixal e o Cais de Sodré, Lisboa, vai sofrer interrupções entre os próximos dias 10 e 14. Esta é a forma de protesto da greve de três horas por cada turno, que foi decidida no plenário de trabalhadores que se realizou a 22 de Setembro, onde estiveram as organizações sindicais representativas dos trabalhadores da Transtejo.
“Os trabalhadores reivindicam a valorização dos salários, que tenham em conta o aumento brutal do custo de vida, que significa uma redução real do poder de compra e exigem medidas concretas para que a Transtejo seja dotada de todos os meios para a melhoria da prestação do serviço público prestado”, sublinha a Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans).
Entretanto, em resposta à Lusa, a empresa confirmou que a greve será nestes períodos e também a todo o trabalho suplementar entre as 00h00 de10 de Outubro e as 24h00 de 14 de Outubro.
“Apesar de ainda não ter sido possível alcançar consenso, as partes mantêm-se disponíveis para dialogar e empenhadas em encontrar soluções que permitam alcançar o desejado acordo com os sindicatos”, acrescentou a empresa.
Da parte da Fectrans, diz Carlos Costa que a expectativa dos trabalhadores e do sindicato “é conseguir o reinício das negociações com o Governo e com a administração”. Afirma ainda que “mantém-se a intransigência governamental e do conselho de administração nos 0,9% [percentagem de aumento aceite] e não passa disso. A inflação já vai à volta dos 8% e, por isso, a proposta de 0,9% é irrelevante para o poder de compra actual”, argumentou.
A greve vai afectar também as ligações fluviais de Cacilhas, Trafaria-Porto Brandão e Montijo para Lisboa.