1 Julho 2024, Segunda-feira

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Temos de exigir mais

Temos de exigir mais

Temos de exigir mais

, Deputada da IL
4 Outubro 2022, Terça-feira

O que aconteceu à capacidade de indignação e à exigência? Há 10 anos, milhares de pessoas saíram à rua nos célebres protestos da Geração à Rasca, manifestando o seu sentimento de insatisfação para com o Governo Socialista de então, que acabou por cair. Se recuarmos no tempo, o que aconteceu à esperança – originada pelo 25 de abril e potenciada com a adesão à CEE – num país próspero, com acesso à saúde e à educação e oportunidades para todos? O que aconteceu à coragem dos jovens que, em pleno Estado Novo, exigiram um país governado por instituições democráticas e transparentes?

Hoje, passados poucos meses de um Governo Socialista de maioria absoluta, seria importante que esta capacidade de exigência ressurgisse. Existem problemas sérios que deveriam originar uma maior insatisfação e exigência com aqueles que governam o país há 7 anos.

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Na educação, a ausência de vagas nas creches ou nas escolas de preferência, sejam “gratuitas” ou privadas, ou a falta de professores, são situações que comprometem o bem-estar, o desenvolvimento e a aprendizagem de crianças e jovens. Porque não se exige mais? Por que razão os pais têm de estar amarrados a um sistema centralizado, esgotado e sem liberdade de escolha do projeto educativo que entendem ser o melhor para os seus filhos?

Na saúde, os tempos de espera para consultas, exames, diagnósticos, tratamentos ou cirurgias, são inadmissíveis. Porque não se exige mais quando o Governo se gaba do regresso aos indicadores (já maus) pré-pandemia? Por que razão a preocupação é manter o Estado como o único prestador do SNS, quando o importante é o acesso universal aos cuidados de saúde?

Porque é que aceitamos a demora na obtenção de certidões, licenças ou outros documentos? Porque é que aceitamos ter um país carregado de burocracia, processos complexos e com serviços públicos ineficientes? Será que não percebemos que todas as complicações e atrasos se refletem em maiores custos – de tempo ou financeiros?

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Porque é que a cada caso de corrupção, compadrio, nepotismo ou tráfico de influência, não são exigidas maiores responsabilidades? Porque é que não são exigidas reformas que tornem a justiça eficaz? Porque é que a gestão transparente da “coisa” pública não é exigida? Porque é que continuamos a aceitar a presença do Estado em todos os aspetos da nossa vida, quando esse é um fator determinante na origem destes casos duvidosos?

Como é possível não exigirmos condições dignas para que as forças de segurança possam cumprir a sua função, nomeadamente a missão mais básica de um Estado – garantir a segurança de pessoas e bens?

Como é possível não nos cansarmos de ver os mesmos projetos anunciados de tempos a tempos ou a elaboração de mais estudos sobre esses mesmos projetos – como no caso do aeroporto ou da linha ferroviária de alta velocidade?

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Como é possível aceitarmos um evidente corte nas pensões, ainda que dissimulado pela propaganda, ou a falta de soluções para a sustentabilidade futura da segurança social?

A juntar a tudo isto, temos a mais elevada carga fiscal de sempre, cuja receita tem aumentado à custa da inflação que nos empobrece a todos e que permite ao Partido Socialista o reequilíbrio das contas do Estado.

Não estará na altura de nos indignarmos e de exigir mais?

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